Rapaz imobilizado em PS Infantil contesta versão dos guardas municipais

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Na última quinta-feira (14), um rapaz foi contido violentamente por guardas municipais dentro do Pronto-Socorro Infantil de Taboão da Serra, no Jardim Santo Onofre, Pirajuçara. O jovem de 21 anos, pai de um bebê que estava internado no PSI, não foi autorizado a ver o filho por não ser horário de visita. Não aceitando a proibição, ele furou o bloqueio da segurança do pronto-socorro e entrou à força na unidade. A GCM (Guarda Civil Municipal) foi chamada.

Para Edilson de Sousa, não havia necessidade de  violência por parte dos Agentes da GCM
Para Edilson de Sousa, 21, não havia necessidade de violência por parte dos agentes da Guarda Municipal

Um vídeo que circulou pelas redes sociais registrou três GCMs dominando o auxiliar de serviços gerais Edilson de Sousa com violência – um quarto GCM grava pacientes que se revoltam com a ação. Um dos guardas aplica uma gravata para tentar imobilizar o rapaz, que reage com pontapés. Encaminhado ao 2º Distrito Policial de Taboão da Serra, na região do Pirajuçara, Edilson prestou depoimento e, após assinar um termo circunstanciado de ocorrência (TCO), foi liberado.

Os guardas municipais relataram na delegacia que Edilson apresentava sinais de embriaguez e o encontraram “bastante alterado” ao chegarem ao pronto-socorro. De acordo com o termo circunstanciado, os agentes tentaram conversar com Edilson, que, porém, “não aceitava a imposição ofertada pelo PS Infantil, vindo a xingar a equipe municipal. Houve nova exaltação por parte do autor, havendo a necessidade do uso moderado da força para contê-lo”.

O VERBO conversou com Edilson, que contestou a versão dos guardas. Segundo ele, um dos GCMs chegou ao local e o abordou com ofensas. “Ele chegou já falando palavrão da minha mulher, falou um palavrão que é feio falar”, disse. Segundo o rapaz, foi nesse instante que se exaltou. “Aí eu acabei ficando nervoso e indo pra cima deles porque não achei certo eles ‘vim’ falar palavrão da minha família, eles fizeram isso para provocar mesmo e não aguentei”, contou.

Edilson não aceitava ser algemado pelos GCMs e resistiu à ação. “Eu falei assim: quer me levar para conversar na delegacia, a gente vai, mas me levar algemado eu não vou não, não sou nenhum vagabundo, nenhum bandido, quero só ver meu filho”, disse. “Eu não agredi ninguém, a única coisa que fiz com os policiais [GCMs] foi dar um pontapé neles que caíram no chão, porque eu não queria que me algemassem, eu queria que me levassem de boa”, explicou.

Guarda Civil imobiliza rapaz com gravata
Vídeo que circulou nas redes sociais mostra o pai de criança internada no PSI sendo imobilizado por GCMs

Contatado pelo VERBO no dia, o comandante da GCM, Leonel Vieira, afirmou que o rapaz teria feito arruaça no pronto-socorro e que os guardas municipais foram ao PSI para manter a ordem na unidade. “Eu sei que o cara se exaltou. Queria matar médico, matar enfermeira, chutar tudo no hospital”, disse Leonel, apesar de não presenciar a cena – ele obteve informações dos guardas. Edilson nega que tivesse embriagado, como relataram os GCMs na delegacia.

Apesar de morar em Embu das Artes, Edilson e a mulher preferiram levar o filho ao PSI de Taboão – próximo ao bairro onde residem. Ele disse que Embu não possui uma unidade especializada no atendimento a crianças. “Nesse pronto-socorro é melhor para ele, eu acho. Aqui no Embu não tem um pronto-socorro infantil”, falou. Após passar um dia internada no PS, a criança foi levada ao Hospital Geral do Pirajuçara, de onde recebeu alta na sexta (15) durante o dia.

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