ANA PAULA TIMÓTEO
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Moradores de Embu das Artes protestam contra a desativação do Pronto-Socorro Vazame e reclamam que a decisão do governo Chico Brito (PT) de abrir a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Dom José/Santo Eduardo, mas fazer a antiga unidade deixar de atender urgência e emergência é trocar “seis por meia dúzia”. Eles reivindicam dois PSs na região para diminuir a demanda de pacientes e criticam que o serviço não melhorou por serem mal atendidos na UPA.
Moradores não escondem a insatisfação. “Olha aí o PS do Vazame, que atendia a nossa população, agora não funciona mais, as nossas autoridades simplesmente acabaram e agora temos que ir até o Dom José para nada, para sermos mal atendidos. Resumindo, em vez de melhorar a nossa saúde, faz é tirar. O pior é que se a gente não souber votar certo vai continuar a mesma coisa. Queremos nosso pronto-socorro de volta”, protesta Ricardo Gouvêa ao postar foto do PS.
“Ter uma UPA na nossa cidade é essencial! Mas se para isso acontecer teve que ser fechado o Pronto-Socorro Vazame era melhor ter deixado do jeito que estava. Trocou seis por meia dúzia”, diz Elcio Dias também pelo Facebook. Em comentário à postagem, o morador Sandro Carvalho criticou quem reclamava do PS Vazame. “Demorava, mas pelo menos saía atendido. Agora, vai lá para vocês verem como está lá”, diz, ao se referir à UPA aberta há menos de um mês.
A prefeitura transformou o PS Vazame em um hospital leito e tem aprovação de parte dos moradores. “O PS Central e a UPA não terão internação, as pessoas que necessitarem ficar internadas serão encaminhadas para o Vazame”, diz Rose Costa a Dias. “Acredito que seja importante ter um hospital leito na cidade, assim as pessoas que ficam internadas têm um pouco mais de privacidade de atenção médica, ninguém merece ficar internado em pronto-socorro, né?”, completa.
“É uma pena que a população não foi consultada, como foi quando mudaram o nome da cidade”, critica Dias. O PS Vazame tinha um forte valor simbólico ao ser implantado, em 2004, numa região bastante carente do município como fruto de luta antiga do movimento de saúde – recebeu o nome da freira Anette de Mello, que atuou pela causa. “Sou um dos que lutaram por esse pronto [socorro] […], foi um desrespeito com o povo da região”, diz João Joaquim.
A rejeição à desativação do serviço de PS no Vazame se deve muito ao atendimento na UPA. Moradores relatam ao VERBO desde a primeira semana de funcionamento que procuraram a UPA e encontraram um “prédio enorme para ter só um médico para atender”, sem a tal prioridade de atendimento propalada pela prefeitura. “[A gente] não precisa de UPA, precisa de médico, era só pôr os médicos para trabalhar no pronto-socorro do Vazame”, reclama Roseli Anjos.
Uma manifestação contra a desativação do Vazame como pronto-socorro foi marcada para este sábado, às 16h, em frente ao prédio. “Vamos ver se juntos conseguimos que o PS volte”, diz Tatiane Lopes ainda pelo Facebook. O governo Chico Brito (PT) foi procurado pelo VERBO para comentar críticas da população e até de autoridades da região contra a decisão de ter o Vazame como hospital leito e não mais como unidade de urgência e emergência. Preferiu o silêncio.