Da Redação do VERBO ONLINE
Após as primeiras perdas de vidas sob indício de negligência médica no Pronto-Socorro Antena no ano anterior, o prefeito de Taboão da Serra retrucou a jornalistas: “Vocês sabem o que representa a Escola Paulista de Medicina na medicina do Brasil, têm consciência? É uma das maiores instituições de medicina do Brasil, senão a maior!”. Nascida da EPM, a SPDM, com toda excelência, pôs um falso médico para integrar os quadros do PS que gerencia. Ele atendeu uma jovem com febre alta e forte dor pelo corpo, prescreveu injeções e disse para passar no dermatologista. Ela morreu.
Em 2015, além da dor da família de Rose Manfrim, 25 anos, a vítima do falso médico e da falta de supervisão devida na contratação e mesmo em verificar a atuação do suposto profissional durante consultas, a região voltou a sofrer com problema crônico, enchente, que gerou até morte. Suástica constrangeu. Mas foi o ano também do protagonismo da juventude estudantil, que saiu às ruas e ocupou escolas para fazer escutar que deve ser ouvida antes de decisão tecnocrata. Que 2015 tenha despertado o sentimento de que não se pode desistir. Que 2016 seja de mais vitórias.
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Socorro! – falso médico em Taboão; paciente morre

Um atendimento no Pronto-Socorro Antena capaz de transformar indignação já sem medida em revolta absoluta. A família de Rosimeire Manfrim transpira o sentimento desde que soube que a cuidadora de idosos foi atendida por falso médico e sofreu até a morte – que no dia 9 de setembro faz seis meses. Mãe e irmã não hesitam em afirmar que o governo Fernando Fernandes (PSDB) e a organização privada SPDM, gestora do PS, são “culpados” pelo óbito da jovem.
Rose, como chamada pelos familiares, de 25 anos, dá entrada no PS de Taboão da Serra com febre de quase 40º e dor de cabeça, é atendida por médico que fala que é para passar com dermatologista e recebe três injeções. Mandada para casa, não consegue mais levantar com dor nas pernas e abdômen. Três dias depois, é atendida pelo mesmo médico, que fala que o exame de sangue não deu nada. Na tarde seguinte, Rose não resiste a paradas cardiorrespiratórias.
Rose é atendida no Antena, nas duas vezes, pelo falso médico Pablo do Nascimento Mussolim – que utilizava CRM e nome de Pablo Galvão, um profissional do Rio Grande do Norte. Logo após a morte de Rose, a família vai até a Câmara exigir “justiça” e é ouvida, e chega a ser recebida pela secretária Raquel Zaicaner, mas as autoridades silenciam após se descobrir que o Antena atendia com um falso médico – preso quatro meses depois na região de Sorocaba (SP).
“Botaram um médico falso dentro de um hospital público? Como ele teve a facilidade de arrumar um documento e se passar por outra pessoa, não tem foto no CRM que comprove quem fez [medicina]? Eu queria uma resposta deles, mas em nenhum momento procuraram a gente […]. Quem cala tem culpa”, diz a irmã Graciele Manfrim. Família afirma que Rose morreu por negligência do Antena e omissão de socorro do Samu e promete processar prefeitura e SPDM.
Raquel se recusa a falar com a imprensa em audiência em agosto que aborda falso médico. O superintendente da SPDM Jorge Salomão também “corre” ao sair por porta lateral em tentativa de despistar os jornalistas após pedir que o aguardem. Prefeitura e SPDM procuram se eximir de responsabilidade, dizendo ser um “caso de polícia”. Os mais de 15 pedidos de afastamento do prefeito na Câmara têm como principal objeto denúncias na saúde, mas são rejeitados.

MORTE DE JOVEM O músico Claudemir Alves, 27, com suspeita de dengue hemorrágica, morre no dia 27 de abril no Hospital Geral do Pirajuçara após três dias internado no Pronto Atendimento. O morador do Parque Iracema primeiro procura a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Taboão da Serra na noite do dia 21 com sintomas como febre alta e dores no corpo. Apesar do quadro, não é submetido a nenhum exame. Família do jovem acusa a UPA de negligência.
SERINGAS Um jornal da TV Record apresenta no dia 17 de agosto reportagem em que uma funcionária do setor de enfermagem da UPA de Taboão denuncia que profissionais são obrigados a usar uma mesma seringa para administrar diferentes medicamentos, para economizar ou por falta do material de trabalho. O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) rechaça que as seringas são reutilizadas “em pacientes diferentes” e classifica a denúncia de “mentirosa e criminosa”.
INFANTIL Pais com os filhos doentes ficam no Pronto-socorro Infantil de Taboão da Serra, no Jardim Santo Onofre (Pirajuçara), durante cinco horas, na tarde e noite de 6 de abril, sem nenhum médico para atender e começam a reclamar da falta de pediatra, quando um pai é agredido por um segurança do PSI. Após a confusão e a Polícia Militar intervir, médicos “aparecem” para fazer atendimento, em mais um caso de indignação contra a saúde do município.
Unidades de saúde ‘polêmicas’ em Taboão e Embu


O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) inaugura no dia 16 de novembro o Centro de Especialidades Médicas Dra. Maria José de Albuquerque, no Parque Assunção (região central), no prédio onde era o Pronto-Socorro Akira Tada, que fechou há dois anos, sem falar na campanha. Com 14 consultórios, atende com cardiologista, reumatologista, cirurgião vascular, otorrino, oftalmologista, dermatologista, pneumatologista, endoscopista, além de fazer pequenas cirurgias.
Fernando diz na inauguração que a saúde de Taboão é a melhor da região ao sustentar que 30% dos pacientes atendidos na cidade moram em outros municípios e rebate a acusação da oposição de ser “o prefeito que fechou o PS Akira Tada”. Ele desativou, em dezembro de 2013, o pronto-socorro que funcionava no prédio e transferiu para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) construída, em frente ao Shopping Taboão, que recebeu o nome do PS fechado.
Em Embu das Artes, o prefeito Chico Brito (PT) inaugura em 12 de dezembro a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Dra. Zilda Arns, no Jardim Dom José (região do Santo Eduardo), na periferia, mas o equipamento só começa a funcionar nesta quarta-feira, quatro dias depois. A UPA é entregue à população após cinco anos de obras e vários atrasos e adiamentos do início de atendimento, numa localidade muito populosa e carente de serviço de urgência e emergência.
Chico justifica que a demora da obra, iniciada em 2010 e que teve a inauguração adiada seis vezes em pouco mais de um ano, se deveu à decisão de dobrar a capacidade da UPA. “Lutamos para que das 50 primeiras UPAs uma viesse para Embu, mas chegamos à conclusão que aplicar os R$ 2 milhões do ministério e mais R$ 600 mil para equipar seria metade do que é este prédio aqui”, diz. A UPA bateu na cifra de R$ 5,270 milhões, sendo R$ 3 milhões da prefeitura.
UBS A prefeitura de Taboão da Serra inaugura no dia 20 de dezembro a UBS Jardim das Oliveiras, que passa a atender no lugar do posto no Maria Rosa, a mais de 3 km de distância, e é o novo local da Farmácia Popular do Brasil, que era no Pirajuçara, ainda mais longe, mais de 4 km. A prefeitura de Embu das Artes inaugura a UBSs Santo Eduardo, em 7 de fevereiro, e Jardim São Luiz, em 12 de setembro, em substituição a prédios antigos, e Jardim Ângela, em 29 de agosto.
Poupatempo acontece; 2ª delegacia sai do papel


O governador Geraldo Alckmin (PSDB) visita Taboão da Serra e inaugura no dia 21 de janeiro o Poupatempo na cidade, no Pirajuçara, ao lado do prefeito Fernando Fernandes (PSDB) e com presença de prefeitos e vereadores de cidades da região, em ato como protocolo político já que o equipamento já funciona desde o fim de dezembro passado. É a 64ª unidade em funcionamento no Estado de São Paulo, que abriga também o Detran (órgão de trânsito) municipal.
Alckmin destaca que 98% dos usuários aprovam por ser “um serviço rápido, eficiente, para as pessoas ganharem tempo” e que em Taboão é “super bem localizado”. Ele diz que a prefeitura “cedeu e reformou o prédio”. Na realidade, o imóvel foi construído e ocupou o que era a praça Luiz Gonzaga. Parte da população não aprovava o equipamento no local. Fernando diz que o espaço era só um cimentado. O Bom Prato, prometido no mesmo prédio, ainda é promessa.
Depois de nove anos “no papel” e ser cobiçado objeto de promessas eleitoreiras de candidatos, o 2º Distrito Policial de Taboão da Serra, na região do Pirajuçara, vira realidade e desperta “sensação de segurança”, apesar de ainda não satisfazer a população por completo. Em prédio alugado onde era um comércio – “prensado” entre lojas e de frente estreita – na estrada Kizaemon Takeuti no Jardim Roberto, a delegacia começa a funcionar no dia 17 de março.
Muitos não escondem a frustração pela delegacia não atender 24h e nos fins de semana – funciona das 9h às 19h de segunda a sexta. “A todo momento estamos sujeitos a assaltos. Se for roubo de documentos pode esperar, mas se for outra coisa, vamos ter que ir ainda até a delegacia central?”, questiona a moradora Débora Campos, 31. Terá que ir, diz a Secretaria de Segurança. O 1º Distrito continua a responder pelos plantões noturnos e aos sábados e domingos.
REFÉNS Menos de um mês depois de a mulher ficar sob a mira de revólver de ladrões no quintal de casa, o vereador Doda Pinheiro (PT), de Embu das Artes, é abordado por quatro bandidos em plena luz do dia e levado à residência, em 1º de outubro. Cinco criminosos são presos. Em 16 de junho, o vereador Marco Porta (PRB), de Taboão da Serra, e o secretário Cândido Ribeiro (Governo) são sequestrados, mas libertados pela polícia. Parte da quadrilha é presa.
Greve de garis; lixo incomoda nas ruas e na política

Taboão da Serra amanhece em 24 de março com muito lixo nas calçadas em praticamente a cidade inteira, a ponto de grande volume de sacos impedir a passagem e obrigar pedestres a andar pela via pública, em consequência da greve dos coletores de lixo e varredores de rua da Cavo Serviços e Saneamento S/A, iniciada no dia anterior. A categoria decide cruzar os braços, por tempo indeterminado, por reajuste salarial de 12,7%, contra 6,5% oferecido pela empresa.
Além de outros “gravíssimos problemas”, Taboão virou “um lixão” por causa da incompreensível falta de acordo para pôr fim à greve dos coletores e providência das autoridades. O protesto não parte de nenhum opositor ao governo Fernando Fernandes (PSDB), mas de Priscila Magalhães, presidente do PRB na cidade, da base política do prefeito. “Me sinto à vontade e no direito de falar, como taboanense. [O prefeito] está tomando medidas para resolução disso”, diz.
Em Embu das Artes, o vereador Edvânio Mendes (PT) critica em 1º de abril o secretário de Serviços Urbanos, o vice-prefeito Nataniel Carvalho, o Natinha, ao avaliar que faltou “plano B” para evitar que muitas ruas ficassem sem a coleta domiciliar. O presidente da Câmara, Ney Santos (PSC), reprova a postura e diz que o colega é “infantil”. O prefeito Chico Brito (PT) é ainda mais enfático e declara que não aceita que Edvânio diga que seu governo foi negligente e omisso.
A greve dos coletores de lixo de Taboão acaba em 16 de abril com o julgamento do dissídio. A Justiça do Trabalho determina que a Cavo Serviços e Saneamento S/A terá de pagar 9,5% de reajuste aos trabalhadores da limpeza urbana e garantir salário integral de 23 dias parados e 90 dias de estabilidade no emprego. O sindicato patronal só aceitava pagar 8,5%, após inicialmente querer dar 6,5%. Em Embu, a greve dos coletores durou uma semana, até 31 de março.
NA LUTA Professores estaduais realizam atos na região em abril para conseguir adesão da população à greve que deflagraram no dia 13 de março. Uma comissão vai no dia 8 à Câmara de Embu pedir apoio dos vereadores, mas um professor critica o vereador Luiz do Depósito (PMDB) por dizer que “exigir 75% é não querer acordo” e gera mal-estar. Professores de Itapecerica da Serra fazem greve em maio e ficam “só” com 6,5% de reajuste após Justiça interferir.
Suástica em desfile repercute mal e constrange

O desfile cívico de 7 de Setembro sobre as Olimpíadas realizado pela prefeitura de Taboão da Serra leva suástica para avenida no Pirajuçara e repercute mal, até na mídia nacional, e gera mal-estar entre o público. Um professor afirma ao VERBO que a ideia foi “inapropriada já que o símbolo era político e não esportivo”. A diretora Sandra Lima, da escola municipal Darcy Ribeiro, que levou a suástica, diz que a crítica é de “grupos políticos querem denegrir nosso trabalho”.
A Promotoria da Infância e Juventude de Taboão emite, porém, no dia 25 de setembro recomendação à escola e à Secretaria de Educação para que passem a informar o tema de todos os “espetáculos” públicos que venham a ser promovidos e tenham a participação de crianças e adolescentes. Mas considera que o colégio não cometeu nenhum crime ou infração administrativa nem afronta ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e não instaura inquérito.
‘VAGA NA HORA’ O vereador Ney Santos (PSC) faz na sessão no dia 22 de abril discurso polêmico ao afirmar que basta ligar para a Secretaria de Educação do prefeito Chico Brito (PT) que consegue “matricular, arrumar vaga em creche” e “resolver o problema na hora” para morador que o procure. O clientelismo de se valer de posição no governo para “furar” fila de espera por direito “corrompe o sistema político”, diz o doutor em direito do Estado Murilo Gaspardo.
“Eu e o [vereador] Carlinhos [PSC] fomos eleitos na oposição, ficamos dois anos isolados, em que não conseguíamos arrumar nem uma vaga numa creche. Hoje, graças a Deus, com a aproximação com o governo, que atende os pedidos dos vereadores, a gente consegue matricular, arrumar vaga numa creche. Liga na secretaria, pede e consegue resolver o problema na hora”, conclui o presidente da Câmara de Embu, sem considerar o critério mais justo da lista de espera.
TUTELAR Taboão da Serra e Embu das Artes elegem em 4 de outubro conselheiros tutelares para os próximos quatro anos (2016-2019). Uma das eleitas em Embu, Rosemeire Moreira Lopes Pires, a pastora Rose Lopes, tem a eleição impugnada pela Justiça, após denúncia do Ministério Público. Candidata ao Conselho Tutelar II, do Jardim Santo Eduardo, é acusada de prática de boca de urna e ter tido apoio massivo do presidente da Câmara, Ney Santos (PSC).
TRAGÉDIA O menino Gustavo Storto, de 5 anos, cai do 26º andar do edifício Pitangueiras I, na avenida Aprígio Bezerra da Silva, em Taboão da Serra, e morre na noite de 16 de setembro. Apesar do acidente, a farmacêutica Juliana dos Santos Storto, 33, mãe da criança, deve responder por homicídio culposo (sem intenção de matar) motivado por negligência. “Ela tinha o dever de cuidar da criança. Não cuidou”, diz o delegado Gilson Campinas, do 1º DP de Taboão.
Em reorganização escolar, quem dá lição são alunos

Alunos de escolas estaduais na região saem às ruas, vão às diretorias de ensino e depois ocupam colégios, entre outubro e dezembro, contra a reorganização escolar – fechamento de escolas, deslocamento de estudantes para locais distantes e demissão de professores. A EE Alípio de Oliveira e Silva, em Taboão da Serra, e pelo menos uma em Embu das Artes e uma em Itapecerica da Serra seriam fechadas, mas o governo Geraldo Alckmin recua após pressão popular.
Após os protestos, o governador anuncia no dia 4 de dezembro a suspensão da reorganização da rede de ensino que tinha determinado que vigorasse em 2016, mas alunos que tomaram colégios da região, em Taboão da Serra (duas), Embu das Artes (uma) e Itapecerica da Serra (uma), decidem permanecer nos prédios escolares. Entre os dias 7 e 14, as quatro escolas são desocupadas, mas os estudantes falam em retomar o movimento se a medida voltar a ser imposta.
Antes, porém, o imbróglio tem um efeito colateral. Parlamentares da base de Fernando Fernandes (PSDB) se revoltam após o prefeito convidar apenas o vereador Eduardo Nóbrega (PR) para participar de uma reunião na Secretaria Estadual de Educação para discutir sobre a reorganização escolar. Apesar da revolta, os governistas teriam sido “punidos” com exclusão na agenda com o secretário por terem feito discursos enfáticos contra a reforma do ensino.
INSALUBRE A EMI Pica-Pau Amarelo, em Taboão da Serra, é uma escola infantil, mas o ambiente que a cerca não é nada lúdico, pelo contrário, fica em um terreno baldio cercado por mato, lixo, entulho e ao lado de esgoto a céu aberto. A unidade é de difícil acesso, feito através de rua de terra e praticamente deserta. Ações complementares de saúde, em asfalto e esgoto alardeadas pela prefeitura passam longe da escola para crianças de 2 e 3 anos no Jardim Clementino.
‘ENGATILHADAS’ A prefeitura de Taboão da Serra inaugura três escolas infantis: EMI Jurema, no Parque Pinheiros, EMI Cuca, no Jardim Irapuã, nos dias 16 e 23 de maio, respectivamente, e EMI Aninha, no Jardim Record, no dia 25 de julho. “Quando assumimos, a prefeitura já tinha convênio assinado com o governo federal para a construção dessas creches. Até não entendi por que não foi feito no governo passado”, comenta o prefeito Fernando Fernandes (PSDB).
‘CONTA-GOTAS’ As aulas na rede municipal em Embu das Artes começam na segunda semana de fevereiro (dia 9), mas o prefeito Chico Brito (PT) começa a entregar 24 mil kits escolares praticamente só um mês depois, em 4 de março. Para piorar, na programação escalonada feita, escolheu um ou, no máximo, dois dias para entregar em cada semana. No dia 8, dois meses após o início do ano letivo, ainda só 60% das escolas tinham recebido. Pais criticam a demora.
Políticos fraudulentos e sem transparência


O Ministério Público de São Paulo e policiais militares, inclusive da Rota, tropa de elite da PM, realizam no dia 27 de novembro uma megaoperação em Itapecerica da Serra que prende 14 acusados de fraude na contabilidade da Câmara dos Vereadores, um rombo de R$ 2,5 milhões apenas no ano de 2013. A Justiça emite, no total, 16 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão de documentos, no maior escândalo de corrupção na história recente do município.
São presos os vereadores Cícero Costa (PSDB), presidente da Câmara na época do desvio, Cléber Bernardes (PMDB) – exonerado da Secretaria de Obras no dia anterior -, e Hércules da Farmácia (PMDB), e os ex-vereadores Zé Maria (PSD) – que no mandato estava no PT -, Tonho Paraíba e Tupinambá Lombardi. O vereador Fabinho Gêmeos (PV) e o ex-vereador Clóvis Pinto também têm prisão decretada, mas não têm paradeiro descoberto e são considerados foragidos.
Também é preso Jorge Isao Takada, diretor de finanças da Câmara, e Sônia Valéria de Oliveira, diretora administrativa, entre outras oito pessoas, que incluem familiares de Cícero e de Takada. Os homens vão para CDP de Pinheiros, em São Paulo, e as mulheres, para Franco da Rocha. Não conseguem liberdade provisória e passam as festas de fim de ano presos. “O processo volta a andar só em 7 de janeiro”, lamenta advogado de um dos presos na operação “Redenção”.

Em Taboão da Serra, em decisão considerada contra a transparência no trato do dinheiro público, seis vereadores votam no dia 6 de outubro contra requerimento de informações sobre funcionários de indicação política do governo Fernando Fernandes (PSDB). Os contrários a divulgação pública de lista antinepotismo são Eduardo Lopes (PSDB), André da Sorriso (PSDB), Marcos Paulo (Pros), Carlinhos do Leme (PP), Marco Porta (PRB) e Ronaldo Onishi (SDD).
O requerimento é apresentado pelo vereador Eduardo Nóbrega (PR), que após rejeitar proposição de Luiz Lune (PC do B) reconsidera e apresenta o mesmo pedido de informações. “Quero enaltecer o gesto do Eduardo Nóbrega, para que tenhamos acesso às pessoas, cargos, vencimentos. Tenho uma tese de que muitos cargos são ocupados por parentes e por quem, talvez, nem trabalhe”, instiga Lune. Mas, em voto combinado entre governistas, o requerimento não passa.
CPI DO SHOPPING A Câmara de Taboão da Serra cria no dia 27 de outubro uma CEI (CPI) para investigar o Shopping Taboão por não cumprir o prazo, até outubro de 2015, de construção da alça de saída. Os membros são escolhidos no dia 3 de novembro: Érica Franquini (PSDB), presidente; Marcos Paulo (Pros), relator; Eduardo Nóbrega (PR), Luiz Lune (PC do B) e Moreira (PT), membros. Integrantes recebem documentos e anunciam recesso até fevereiro de 2016.
CARRO A Câmara de Embu das Artes aluga em março como frota oficial 11 carros 0km para os vereadores com direito a combustível. Dos 15 eleitos, Gilvan da Saúde (Pros), Dra. Bete (Pros), Pedro Valdir (PSD) e Rosana do Arthur (PMDB) se recusam, porém, a receber a mordomia. O presidente Ney Santos (PSC) nega que ter veículos à disposição dos políticos seja “regalia” e afirma que “os carros aqui são para trabalho [pela população]”. Por ano, o custo é de R$ 273 mil.
Petistas debandam; ex assombra em guinada tucana


Em 2015, políticos da região filiados ao PT deixam o partido, entre eles o ex-vereador-presidente da Câmara de Taboão da Serra José Macário, que vai para a sigla do prefeito Fernando Fernandes, PSDB, arqui-inimigo petista, em movimento que causa grande barulho no meio político da cidade. Ele afirma não ter barganhado para se filiar aos tucanos. “Eu não fiz nenhuma barganha com o prefeito, não sou homem de barganha”, diz ele, que desembarca do PT após 12 anos.
Macário recebe o prefeito em casa, no Jardim Elizabete, região do São Judas, para assinar a filiação ao PSDB, no dia 25 de outubro, um domingo. O ato cai com uma bomba no antigo partido. “Foi um desapontamento geral, uma tragédia, um negócio absurdo”, diz o presidente do PT de Taboão da Serra, Wagner Eckstein, que, apesar de não surpreso, tinha a expectativa de que Macário fosse para outra sigla. “Ter ido para o PSDB é um horror, um oportunismo deslavado”, diz.
Em Embu das Artes, o ex-presidente da Câmara Silvino Bomfim decide apoiar o pré-candidato a prefeito Nataniel Carvalho e deixa o PT após mais de 20 anos de militância. Secretário de Esportes, é exonerado do governo Chico Brito (PT). Em Itapecerica da Serra, o ex-vereador Zé Maria também deixa o PT após 28 anos. Ele vai para o PSD para se viabilizar como candidato a prefeito, sem mais a “feição” petista, mas cai em desgraça, preso na operação “Redenção”.
Em outros partidos, Natinha troca o Pros pelo PTB, após ter a filiação ao PSDB barrada em movimento da deputada Analice Fernandes, que quer candidato a prefeito em Embu pelo partido o aliado Ney Santos, presidente da Câmara. Em Taboão, o pré-candidato a prefeito Aprígio se filia ao PSD, com o ministro Gilberto Kassab, fundador da sigla, na cidade para abonar a ficha. Aprígio deixa o PSB, no Estado aliado do PSDB de Fernando Fernandes, seu desafeto.
Geraldo e Ney rivalizam e antecipam disputa tensa


Após “gerra declarada” em 2014, ao melhor estilo “criatura contra criador”, os petistas Chico Brito e Geraldo Cruz se mostram a bandeira da paz e se aproximam em torno do objetivo de o PT continuar a comandar a prefeitura de Embu das Artes, após “puxão de orelha” do líder-mor Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar de atuar nos bastidores para fortalecer o neoaliado Ney Santos, Chico passa a se esforçar para tornar público que Geraldo é o nome que apoia à sua sucessão.
Sem “fogo amigo” declarado à frente, Geraldo volta as baterias para contra-atacar Ney, que já “batia” no PT nas ruas. A rivalidade se acirra. Curiosamente no primeiro evento com petistas governistas e “geraldistas” lado a lado, no 1º de Maio, Geraldo discursa sob vaias de grupo identificado por apoiadores como ligado a Ney. Na inauguração de CEU no Jardim do Colégio, o petista ouve apupos feitos abertamente por assessores de Ney, com o vereador no palanque.
Na inauguração da UPA, Geraldo é vaiado por assessores e apoiadores de Ney e reage com ataque velado sobre o passado do vereador ao afirmar que ex-opositores podem aderir à gestão do PT, mas “ladrão” deve ir “para a cadeia”. A situação se agrava na briga entre colocadores de placas, em 18 de dezembro. Ney acusa Geraldo de ter equipe que age com violência. Geraldo rebate que Ney foi ao local armado e atirou contra funcionários de apoiador. O vereador nega.
Em Taboão da Serra, Aprígio assume ter como desafeto o prefeito Fernando Fernandes. Ao ser dizer perseguido por não ter liberação de alvarás em empreendimentos da cooperativa que preside, Aprígio diz que Fernando é um “inimigo”. Ele também reage ao dizer que “levo meio mundo comigo” se vereadores criarem CPI que o investigue, fala que é questionada por Eduardo Lopes (PSDB), que defende, em vão, criar uma CPI e acaba processado por Aprígio.
Ao contrário em relação ao prefeito, Aprígio diz considerar apenas um “adversário” o ex-prefeito Evilásio Farias (PSB), que deixa o ostracismo de dois anos e se apresenta de novo como pré-candidato à sucessão municipal, apesar de ter contas rejeitadas, que diz ser, porém, decisões políticas e passíveis de serem revertidas. Evilásio rivaliza com Fernando em comparação de governos e é estocado pelo prefeito sobre má gestão quando chefiou o Executivo.
GERALDO Geraldo Cruz (PT), em segundo mandato na Assembleia Legislativa, é cassado no dia 18 de agosto pelo Tribunal Regional Eleitoral por uso indevido de meio de comunicação na campanha eleitoral em 2014. Ele contesta e responde no cargo, mas tem recurso negado no TRE-SP e agora recorre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “A população […] sabe do meu esforço para tornar transparente as ações e projetos de meu mandato”, defende-se.
CHUVISCO O TSE reforma no dia 17 de novembro a decisão do TRE-SP que cassara o prefeito de Itapecerica da Serra, Amarildo “Chuvisco” (PMDB), por compra de votos nas eleições de 2012. Ele fica no cargo até o fim do mandato. O ministro Dias Toffoli desempata (4 a 3), dizendo que o autor do ato foi o antecessor (Jorge Costa) e, por “um ato desta dimensão, retirar o voto popular de quem foi eleito me parece não ser para o próprio município a melhor solução”.
Viola com ‘prazo de validade’ e ‘tapete’ do Cafu

O Cats (Clube Atlético Taboão da Serra) dispara ansiosa contagem regressiva desde a apresentação no dia 12 de março, com estardalhaço e robusta visibilidade na mídia, do centroavante Viola como principal reforço para disputar a série B do Campeonato Paulista (equivalente à quarta divisão do Estadual) e vive expectativa da iminente estreia do veterano atleta, um mês e meio depois, no dia 25 de abril, no estádio da cidade. Ele marca no jogo-festa em que o Cats faz 2 a 1.
Um goleador e badalado jogador que já vestiu a camisa de três dos quatro grandes do futebol paulista – Corinthians, Palmeiras e Santos -, entre mais de 20 clubes, e foi campeão mundial com a seleção brasileira tetra em 1994, chegar a um clube quase amador e aos 46 anos gerou dúvida se ia atuar mais fora do que dentro de campo e por quanto tempo. “Se Deus quiser, [fica] até o título. Quero ver ele levantando o caneco”, diz o presidente Anderson Nóbrega ao VERBO.
Mas o Cats não está certo se se classifica e faz um contrato com Viola só para a primeira fase. Passa, mas ele quer receber o mesmo valor em uma etapa com duração de um terço da anterior. Resultado: o clube não consegue ficar com o “medalhão”, que faz nove gols. Já sem contrato, Viola dá declaração polêmica de que o Cats não tem condições de subir de divisão. Em 17 de outubro, perde em casa e dá adeus ao sonho. Para 2016, traz Edilson “Capetinha”.
Em Embu das Artes, a Ambev anuncia no dia 23 de setembro que o campo de futebol no Jardim Emílio Carlos será de grama sintética, após dialogar com a associação AIIH. O local é conhecido como do Jardim Irene, na divisa com São Paulo, por ser o “terrão” onde surgiu Cafu, capitão da seleção brasileira pentacampeã mundial (2002). No dia 14 de outubro, equipe faz medições. Previsto para início de 2016, o campo será o primeiro com grama sintética do município.
CEU E SKATE A prefeitura de Embu das Artes inaugura no dia 15 de agosto, no Jardim do Colégio, um complexo (CEU) com quadra, pista de skate, trilha de caminhada, academia e parque infantil, e no dia 17 de dezembro uma praça de skate, no parque Francisco Rizzo (centro). A prefeitura de Taboão da Serra entrega no dia 16 de agosto o Parque Inocoop, com pista de skate, quadra sintética, quadra reformada, pista de caminhada, academia e parque infantil.
Padroeira de Taboão e Teruel ‘se impõem’

A Câmara de Taboão da Serra aprova em 29 de setembro feriado municipal em 1º de outubro, a partir de 2016, na presença de monsenhor Aguinaldo de Carvalho e fiéis do Santuário Santa Terezinha que lotaram a Casa, após árdua negociação entre Igreja e vereadores evangélicos. Os católicos mudam o nome para dia do Amor Misericordioso de Deus para vencer resistência à aprovação do projeto, mas conseguem o feriado na data de Santa Terezinha.
Na prática, mesmo com nome “alternativo”, os fiéis do santuário e devotos em geral obtêm o que queriam, “um dia de guarda”. Empregados em Taboão deverão estar de folga e terão mais disponibilidade para participar dos festejos de Santa Terezinha. Já cristãos evangélicos, que não aceitam a devoção aos santos, não ficarão, nas palavras de pastores, “constrangidos” em ter que se referir a feriado de cunho católico e terão também mais uma ocasião para culto a Deus.
Marcos Paulo (Pros) exalta o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) e o monsenhor “por chegarem a um consenso”. Ele nega que tivesse postergado o projeto, como presidente da Comissão de Justiça e Redação, e critica o VERBO. “Era necessário um grande diálogo. Um jornalista, do VERBO ONLINE, postou matéria tentando colocar católicos contra evangélicos, dizendo que o vereador Marcos Paulo segurou na comissão por seis meses. Não foi isso”, declara.
O VERBO apenas repercute que na sessão passada o presidente Cido (DEM), autor do projeto original, como feriado de Santa Terezinha, reclamou de que a matéria foi apresentada por ele em março ou abril e que ainda não tinha parecer da comissão para poder ir a votação, indicando que estava emperrada por questão de convicção de Marcos Paulo. “Sei que o presidente tem seu posicionamento, ideologia, princípios, mas […] o prazo [para parecer] já está vencido”, falou.
Eduardo Lopes (PSDB) diz que em 16 anos como pastor “nunca” viu “nenhum conflito entre evangélicos e católicos” – mas em 2005 projeto de Marco Porta de retirar imagens religiosas de locais públicos ofendeu e mobilizou os católicos da cidade. Lopes admite, porém, que o tema do feriado foi de “altíssima complexidade” e o “processo, bem exaustivo”. O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) assina a lei do feriado na missa de Santa Terezinha, no dia 1º de outubro.

Em setembro, no dia 20, o cantor e radialista Fábio Teruel realiza “encontro de fé” em Taboão da Serra e reúne uma multidão de 15 mil pessoas que canta e se emociona com mensagens de autoestima e otimismo para superação das dificuldades do dia a dia. Após ter autorização da prefeitura para cantar em espaço público na cidade ao reclamar em seu programa de rádio e em rede social, diz no palco que a presença dele em Taboão é uma vitória da população.
Em sessão na Câmara dois dias depois (22), o vereador Marco Porta (PRB) se recusa a aprovar voto de louvor a Teruel – apresentado por Moreira (PT) – por considerar que ele não teve respeito com os vereadores ao não aceitar, em visita ao prefeito, o título de cidadão taboanense. “Ele disse não precisar dessas coisas. Tudo o que não precisamos é colaborar com um discurso desse de um artista. Temos que valorizar o parlamento, a classe política já é achacada”, diz Porta.
O voto de louvor acaba aprovado, mas à Diocese de Campo Limpo, e não a Teruel. Ao justificar a posição favorável com o voto de louvor com novo destinatário, Porta chega a dizer que a proposição tinha sido revista, mas sugerindo que a modificação tinha sido motivada por equívoco ou por iniciativa própria do vereador proponente. Na realidade, Porta, ligado à Igreja Universal, faz pressão e é porta-voz governista contra homenagem a Teruel, devoto de Nossa Senhora.
Em Embu das Artes, Teruel canta em março no Parque Pirajuçara. Em outubro, volta a expor em público dificuldade para se apresentar. Assim como o vizinho Fernando Fernandes, Chico Brito (PT) é alvo de protesto de Teruel, que diz que o show programado foi cancelado por “tamanha burocracia que a prefeitura está criando” e “se o prefeito não abraça a causa a coisa infelizmente não anda”. Horas depois, a prefeitura libera o parque Rizzo no dia 25 para evento.
Enchente, sofrimento, morte e descaso se repetem


Uma tempestade de mais de uma hora que cai sobre Taboão da Serra no início da noite de 27 de dezembro volta a inundar a região central, mas também vários outros pontos, inclusive no Pirajuçara, numa das piores enchentes dos últimos anos no município. Quatro dias depois da cheia anterior, que já tinha atingido o largo de Taboão, moradores relatam de novo o caos e prejuízos e expõem impaciência com o prefeito e vereadores da cidade pela falta de solução.
O piscinão na divisa com São Paulo transborda e transforma a entrada de Taboão, sob portal com nome da cidade, num imenso rio. Com tanta água no asfalto, o cenário é de desolação. As ruas do Carmo, Thereza Maria Luizetto, Getúlio Vargas, e José Soares de Azevedo, onde fica a 4ª Companhia da Polícia Militar, ficam inundadas, com carros quase submersos e boiando no meio da via. Várias residências e comércios são invadidos pela água barrenta suja.
O cenário de devastação na região central com a entrada de Taboão da Serra feito um rio após o transbordamento do piscinão na divisa com São Paulo, ruas do largo do município debaixo d’água, carros submersos e casas e comércios inundados com incalculáveis prejuízos por causa também da cheia do córrego Poá, na noite de sábado (26), tem mais um componente emblemático do caos na cidade, o alagamento da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Akira Tada.
O temporal alaga também a estrada São Francisco, mas a inundação da UPA, situada na via em ponto alto, é a gota d’água para moradores definirem o problema de enchente em Taboão como uma “vergonha” e exigirem solução já da prefeitura. Em fotos que postaram, pacientes ficam em meio a água suja, funcionários surgem desolados e um homem de avental, aparentemente um médico, aparece no corredor, descalço e com barra da calça no joelho, atrás de ajuda.
Taboão já sofrera uma grave enchente em março. O aposentado José Fonseca da Silva, de 69 anos, após não conseguir mais se segurar na porta de seu carro, é arrastado pela enxurrada para dentro do córrego Poá. Ele é encontrado só no dia 22, três dias depois, sem vida – corpo estava no rio Pinheiros, distante 15 quilômetros. O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) diz que o volume de chuva foi inesperado e que a vítima não era morador de Taboão.

Itapecerica da Serra vive uma tragédia na noite de 26 de dezembro durante forte chuva. Sete pessoas ficam soterradas depois que três casas na rua Nhá Jorda são atingidas por deslizamento de encosta no bairro Mirante da Lagoa, próximo ao centro. Quatro pessoas morrem e três ficam feridas. A quarta vítima fatal, encontrada quase 24 horas depois, é uma jovem de 20 anos, que morre junto com a mãe, mas a filha de 1 ano e 8 meses sobrevive – agora órfã de mãe e avó.
Embu das Artes, uma semana depois da inundação que causa transtornos e danos materiais no centro, volta a ficar debaixo d’água na noite de 26 de dezembro após temporal que atinge a região, em enchente ainda pior que provocou caos no “coração” da cidade. Nas redes sociais, moradores revoltados e até a entidade empresarial local não poupam críticas ao prefeito e outros políticos pelo estado de calamidade. A prefeitura atribui a enchente ao fenômeno El Niño.
O governo Chico Brito (PT) convoca servidores para limpeza da prefeitura, também inundada com a forte chuva, e “decreta” o cancelamento do atendimento ao público nos três últimos dias de expediente no ano para recuperação do prédio. No entanto, vira alvo de críticas de moradores por não disponibilizar os mesmos recursos para famílias e empresários afetados pela enchente e parar o funcionamento por três dias se a população precisa da prefeitura aberta.
MARIANA O ator e performer Almir Rosa se cobre de lama para lamentar a “morte das pessoas, animais e do rio Doce”, e o poeta Manoelídio Oliveira, o Mané do Café, denuncia que “a irresponsável foi a Samarco” sobre o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora em Mariana. Não “esquecido” pelos dois cidadãos de Embu das Artes, que fica a 700 km da cidade mineira, o desastre em 5 de novembro mata 15 pessoas e deixa 8 desaparecidas e 637 desalojadas.