Luzia diz a munícipes chamados de ‘vagabundo’ por Lopes para registrar BO

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

A vereadora Luzia Aprígio (PSB) disse na sessão na terça-feira (20) que o sobrinho não é “vagabundo” e incentivou quem se sentiu ofendido por Eduardo Lopes (PSDB) “por levar o nome” a ir a delegacia e registrar boletim de ocorrência, ao dizer que ele fala o que é mandado. No dia 13, Lopes, que é pastor, tachou opositores “patrocinados” de “vagabundos” e ameaçou mandar prender, que “só assim que o povo aprende”. Ele citou o parente de Luzia, mas foi mais cauteloso.

“Dei uma saída [do plenário], e um vereador xingou pessoas de vagabundo, inclusive meu sobrinho. E que vai mandar prendê-lo. Só quero dizer que esse sobrinho tem pai, mãe, família. Ele trabalha, estuda. Ele não é vagabundo! E queria saber se tem lei para se acusar e mandar prender sem prova nenhuma. Aquele que se sentiu ofendido por levar o nome de vagabundo vá até a delegacia e faça um boletim de ocorrência, como foi feito no caso dele”, disse Luzia.

Eduardo Lopes (PSDB), governista, e Luzia Aprígio (PSB), oposição, trocam farpas a poucos dias de audiência

“Nós vereadores temos que ver o que falamos, chamar uma pessoa de vagabundo é muito sério”, criticou ela. Luzia e o colega têm travado duelo na tribuna em razão da desapropriação de área onde foi aberta avenida pela cooperativa presidida pelo marido dela, Aprígio, por conta de Lopes ser o presidente da Comissão de Obras – mas também pela “saída de cena” do vereador que pediu CPI contra Aprígio, Marco Porta (PRB), alvo de acusação fora do meio político.

Lopes admitiu ter chamado munícipes de “vagabundos”, mas que o discurso mirou os “que agem de forma canalha com relação ao parlamento”, e ainda sustentou que o termo “tem uma série de definições, e alguns interpretam de forma pejorativa e outros, não”. Ele reconheceu que faz parte de uma classe que “está muito denegrida”, por “mensalões, esquemas de Lava Jato”. “Mas não aceito ser associado ao grupo de políticos levianos, irresponsáveis, bandidos”, disse.

Apesar de reagir, Lopes disse não ter atacado a família da vereadora. “Em nenhum momento chamei seu sobrinho de vagabundo, me referi a desocupados que não acrescentam em nada ao desenvolvimento do município e vêm à Casa patrocinados só para difamar a imagem dos parlamentares”, disse. Falou, porém, que “se for para trazer parentes para ficar vaiando ou provocando, este vereador também tem parentes”, ao citar a conduta do sobrinho dela que criticou.

No dia 13, Lopes disse: “Um sobrinho dela, acho que Gabriel Aprígio, por várias vezes, eu subindo nesta tribuna, esse cidadão se manifestou de forma pejorativa. Eu também posso trazer um sobrinho para que, toda as vezes que ela subir aqui, fazer o que esse rapazinho faz [vaiar]. Gostaria de pedir a ela e ao maior líder da oposição do município [Aprígio] para conversar com seu sobrinho, entender que esse tipo de política não é interessante para nenhum dos dois lados”.

De volta à tribuna, Luzia subiu o tom. “Aqui [Câmara] não tem ninguém desocupado, as pessoas vêm interessadas em ouvir projetos para a cidade, falar da saúde, que está bem”, ironizou. “Eu não trago ninguém para vaiar, não preciso disso, mas se o senhor quiser trazer familiar para me vaiar fique à vontade, não tenho medo. Tive voto para estar aqui, não faço o que os outros mandam. Eu sou responsável, fico sentada para não falar besteira na tribuna”, alfinetou.

Na sessão em que anunciou ter, enfim, recebido da prefeitura documentação sobre a desapropriação pela cooperativa, Lopes sugeriu dar o troco com apuração sobre o caso. “Hoje o dia está muito bom, este vereador está muito focado na peça que chegou. Teremos aqui uma audiência pública [dia 29, 10h] onde muita coisa será trazida à baila. Faço questão que todos acompanhem, a Justiça, o Ministério Público. Se vai haver CPI, vai depender das próximas audiências”, disse.

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  • Enquanto isso falta itens básicos nos pronto socorros, até luvas de procedimento não tem para se trabalhar. Na maternidade falta remédios básicos, como Ergotrate, um absurdo.

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