Porta ‘cria’ culpado após atacar Teruel em recusar título e barrar voto de louvor

ADILSON OLIVEIRA
Especial para VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O vereador Marco Porta (PRB) disse na sessão na última terça-feira (6) que o cantor e radialista Fábio Teruel não teve autorização para cantar em Taboão da Serra “no primeiro momento” por causa do VERBO ONLINE. Ele subiu à tribuna em reação à reportagem “Porta pressionou e foi porta-voz governista contra voto de louvor a Teruel”, mas não negou o teor, e ainda disse respeitar posição de Teruel sobre título mesmo após atacar e barrar congratulação ao comunicador.

“Este jornalista só causa desserviço para a cidade, ele fez uma matéria sobre um artista que esteve aqui. Este artista, Teruel, não foi no primeiro momento autorizado a usar espaço público por conta deste jornalista, ele foi o protagonista de um mal-estar entre o artista e o governo municipal. Foi esse jornalista o causador, foi ele. Mas Teruel, como pessoa de bem que acredito que seja, foi recebido pelo prefeito, e acertou-se [sic] as arestas que esse jornalista criou”, disse.

Pastor da Igreja Universal, Porta demonstrou estar mal informado sobre episódio envolvendo Teruel, devoto de Nossa Senhora Aparecida, e fez uma afirmação falsa em relação à cobertura jornalística do VERBO. Teruel que foi a público em seu programa de rádio e em seu perfil no Facebook, com quase 600 mil seguidores, dizer que a prefeitura negava autorização para cantar em Taboão, e só depois o VERBO publicou, legitimamente, o fato, como outros sites fizeram.

“Temos recebido muitos pedidos para realizarmos um encontro de fé em Taboão da Serra. Os ofícios que temos enviado à prefeitura têm sido indeferidos. Enviamos mais um, mas estamos sentindo uma certa resistência e um pouco de descaso. Se você é de Taboão da Serra, peço que nos ajude a conseguir levar a nossa mensagem de fé e esperança para essa querida cidade”, disse Teruel já em 26 de agosto. Este site publicou sobre a queixa dele dois dias depois.

Na reportagem, o VERBO ouve o “outro lado”, como preceitua o jornalismo sério e imparcial, e traz palavra do vice-prefeito Laércio Lopes (PTB) de que “não existe nenhum empecilho” por parte do governo municipal para Teruel se apresentar em Taboão. Antes, o site telefonou para o secretário Fabio Fernandes (Esportes), filho do prefeito Fernando Fernandes (PSDB), mas ele não atendeu. A princípio, a ideia era que o comunicador utilizaria um ginásio de esporte.

Depois de Teruel criticar e o site repercutir, Fabio Fernandes comentou na postagem do comunicador ter recebido realmente um ofício na semana anterior, “e não tive a oportunidade de poder ter respondido porque, como você sabe, todo evento em nosso município tem que ter a autorização das autoridades locais e isso já havia sido solicitado”. Ou seja, o site não foi “o causador” de Teruel “no primeiro momento” não cantar na cidade, conforme alegação de Porta.

Teruel conversou com o prefeito no dia 4 de setembro e na saída falou que o político atendeu por pressão de seus seguidores, a seu pedido. “A gente colocou isso no Facebook e fiquei feliz, as pessoas de Taboão se manifestaram, e elas se moveram. Se o prefeito nos procurou, foi porque as pessoas que gostam da gente cutucaram: ‘E aí, prefeito, vamos fazer um encontro aqui ou não vamos?’ E ele: ‘Pôxa, deixa eu ligar para o Fábio’. Foi isso que aconteceu”, falou.

Porta se limitou a dizer que o site fez uma “matéria requentada” – para o VERBO, a verdade nunca é perecível — e não contestou que encabeçou a rejeição ao voto de louvor só porque Teruel disse, no show, não querer o título de cidadão. Teruel, porém, foi respeitoso. “Eu disse [aos vereadores] que sou apenas um instrumento, que toda honra, toda glória seja dada ao nosso Deus, nosso Senhor, ele que merece”, explicou, visto como humilde pelo público, que o ovacionou.

Curiosamente, Porta disse, sobre o voto de louvor, que “nós votamos favorável com uma ressalva, respeitando aquilo que o artista havia dito”. Na verdade, ele impôs que fosse à Diocese de Campo Limpo, senão não seria aprovado. Sobre Teruel não aceitar o título, falou que “ele tem lá seus motivos, que a gente respeita”. Mas no dia 22 atacou: “Tudo o que não precisamos é colaborar com um discurso desse de um artista, ele tem que entender que merecemos respeito”.