ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Vereadores da base do prefeito Fernando Fernandes (PSDB) demostraram na sessão na terça-feira (8) já estarem voltados às eleições-2016 e deram “recado” para o próprio governo de que não aceitam perseguição a funcionários da prefeitura por serem seus apoiadores, gerando mal-estar entre governistas. O alvo seriam secretários que visariam cooptar lideranças. Até o “manso” presidente alertou que “não venha ninguém cantar de galo” junto a seu grupo.
A vereadora Érica Franquini (PSDB) passou primeiro o pito, após já ter dado uma alfinetada no governo sobre a Conferência das Mulheres. “Quero dar outro recado: o tempo de ditadura já acabou, agora é reeleição e todos estamos na rua, não admito perseguição a funcionários públicos por terem livre arbítrio para escolher quem vão apoiar. Como o dr. André [Egydio], já engoli muito sapo também, e não vou engolir mais, vou brigar pelos meus direitos”, falou.
Marcos Paulo (Pros) disse “que os secretários que perseguirem os apoiadores deste vereador serão denunciados em tribuna”. “Eu não tomo liderança de ninguém, a não ser que queira me apoiar, não persigo ninguém que me apoia. Agora, se uma pessoa que apoia o Marcos Paulo for mandada para [repartição] longe, ficar trancada [sem contato com o eleitor para pedir voto], vou falar o nome do secretário. Não vamos admitir fogo amigo dentro do governo”, avisou.
Ronaldo Onishi (SDD) disse que “não vamos permitir que funcionário que seja simpatizante de sua candidatura seja tolhido nas suas funções”, “trocado de postos” ou “penalizado”. “Eles [pré-candidatos atrás dos apoiadores “alheios”] querem estar aqui, e é legítimo, mas façam por méritos próprios, andando nas ruas, levando sua candidatura, e que seja colocada à prova perante o povo da nossa cidade [seja eleito pelo voto], como aqui todos nós fomos”, disse.
“Quero colocar também que não irei tolerar de quem compõe o governo qualquer ação para tirar qualquer crédito deste vereador, [do contrário] terá minha ação, e enérgica”, disse o presidente Cido (DEM). “Não venha ninguém cantar de galo aqui não, sou uma pessoa mansa, porém no momento em que houver necessidade de entrar para a guerra este vereador entrará, não perderei uma só vírgula do que é meu direito, daquilo que construí”, concluiu o vereador.
Com a palavra “para tentar acalmar a situação”, conforme apelo de Cido, o líder do prefeito na Casa, Eduardo Nóbrega (PR), disse que não existiu polêmica. “Tudo foi colocado no campo da possibilidade, nenhum dos pares que me antecederam afirmou que no nosso governo existe isso, até porque há três anos e meio estamos na composição deste grande governo de Fernando Fernandes e não tivemos uma só notícia de fatos como esse terem ocorrido”, afirmou.
‘SAPOS’
Citado por Érica, o vereador André Egydio (PSDB) fez um discurso relacionado também a 2016 que chamou a atenção ao anunciar que se submeteria a uma operação no estômago. “Político tem que engolir um monte de sapo, então essa cirurgia é para tirar um monte de sapos de mim, e me preparar para a jornada no ano que vem, a campanha política. É um monte de sapos que a gente engole durante todos esses anos. É uma cirurgia simples, a retirada de sapos”, disse.