ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Em meio ao pedido para que a oposição não trate a saúde como “instrumento para tentar desgastar o governo”, o vereador Eduardo Nóbrega (PR), líder do prefeito Fernando Fernandes (PSDB) na Câmara, pregou na sessão na última terça-feira (18) transparência da administração na condução da política na área. Contudo, a secretária Raquel Zaicaner “correu” da imprensa e não respondeu a perguntas, inclusive denúncias enviadas por moradores, em audiência pública.
Nóbrega pediu à oposição um “pacto pela saúde”, “para que reconheçamos os avanços e também melhorar naquilo que não está bom”, ao refutar denúncia – com pedido de impeachment de Fernando – de que a prefeitura paga com caixa 2 (dinheiro não contabilizado) salários de médicos que atendem nos pronto-socorros de Taboão, apresentada na sessão, a décima-quinta feita pelo presidente municipal do PC do B, Antônio Gomes, o Toninho, desde o início do ano.
Ele reconheceu que “os fatos, se verdadeiros, configuram irregularidades fiscais praticadas pela SPDM”, organização privada que gerencia os três PSs do município. “Daí dizer que a Câmara deve instaurar procedimento de afastamento do prefeito foge da razoabilidade, a oposição sai do tema de interesse geral e entra na politização da saúde”, ressalvou. A denúncia – que levou 13 minutos para ser lida – foi mais uma vez rejeitada (10 votos da base governista contra 3).
“A oposição saia da luta inglória de usar a saúde como uma bengala política. Não estou dizendo que os líderes [ex-vereador Aprígio, ex-prefeito Evilásio] fizeram isso, estou pedindo para que não façam. E que nós da situação sejamos o mais responsável possível para trazer toda e qualquer informação solicitada por quem quer que seja, de maneira breve, responsável e imediata, para contribuir firmemente na evolução da saúde pública de Taboão”, falou Nóbrega.
Apesar do apelo do líder do prefeito por transparência do governo, a secretária parece estar com outro espírito. Zaicaner não quis na audiência quatro dias antes falar com repórteres sobre denúncias na saúde, após ter ouvido só elogios de quase todos os vereadores. O superintendente da SPDM, Jorge Salomão, também “correu” ao sair por porta lateral e tentar despistar a imprensa que fez aguardar. A recusa de ambos foi noticiada pelo site “Taboão em Foco”.
Diante da denúncia de caixa 2 e de reutilização de seringas na UPA, Luzia Aprígio (PSB) pediu uma CPI. “Vamos apurar as denúncias direitinho, averiguar a falta de remédio que a população reclama. Fui na secretaria, pela forma que fui recebida lá, imagino como a população é tratada nas UBS. Vamos abrir uma CEI contra a princesinha, dra. Raquel, para ver como age”, disse a vereadora, ironizando apelido pelo qual a secretária é prestigiada à frente da pasta pelo prefeito.