Evilásio intensifica com assessores articulação da candidatura a prefeito

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O ex-prefeito Evilásio Farias (PSB) voltou a se reunir em Taboão da Serra com assessores na noite da terça-feira (19) para articular candidatura no ano que vem e tentar voltar à prefeitura. Para viabilizar o projeto à sucessão municipal, ele busca montar um “time com grande potencial” para concorrer a vereador e defender a gestão que realizou à frente do Executivo da cidade. Evilásio governou Taboão de 2005 a 2012 e chegou a anunciar que abandonaria a vida pública.

Após o primeiro mandato sem grandes percalços, Evilásio teve o segundo governo marcado pelo aumento elevado do IPTU – que dobrou, em média, mas chegou a mais de 300% em muitos casos –, sobretudo nas regiões de centralidades, em 2009, e o escândalo da baixa irregular de impostos, em 2011, sem ter envolvimento. Ele afirma que foi quem iniciou o desbaratamento da quadrilha ao mandar prender em flagrante um servidor enquanto anulava dívida ativa de tributo.

Evilásio (à esq. ao fundo) e apoiadores Marcus Vinicius, Pança, Damiani e Lelê (encobertos) em padaria

Assessores de Evilásio afirmam que o prefeito Fernando Fernandes (PSDB), apesar da promessa em campanha de redução substancial, “aumentou também” o IPTU, sem citar percentuais, e que quanto ao desvio dos cofres municipais “a Justiça está aí para julgar quem deve e quem não deve” – os 25 réus ainda não foram julgados, quatro anos depois. A prefeitura não tinha se pronunciado sobre percentuais do IPTU praticados até a conclusão desta reportagem.

Evilásio se coloca como prefeiturável, mas estaria inelegível e não poderia ser candidato ao ter tido as contas de governo em 2009, 2010 e 2011 reprovadas pela Câmara dos Vereadores, a partir de parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado) também pela rejeição. “Não só pode como é. Muitos prefeitos estão hoje com contas rejeitadas”, contesta um assessor de Evilásio. “Quem julga as contas são cargos de confiança do Estado, e a Câmara é política”, argumenta.

“Se precisar, sim”, Evilásio vai disputar sob liminar. “Quem determina se pode ou não ser candidato é Brasília [instâncias superiores]”, completa. Evilásio chegou à padaria Belas Artes Santa Cecília acompanhado pelo ex-secretário municipal Edgard Damiani e o assessor Alexandre Ribeiro, o Lelê. Ele sentou à mesa onde estava o ex-assessor pessoal na prefeitura Marcus Vinícius Gomes. O vereador Ceará Pança (PSDB), de São Lourenço da Serra, se juntou ao grupo.

Marcus Vinícius sentou onde já estava o presidente da Câmara, Cido (DEM), que ficou e conversou com Evilásio por alguns minutos, mas saiu primeiro. Ao sair, questionado pelo VERBO sobre o encontro, Cido disse que, posições políticas à parte, “Evilásio é, inegavelmente, uma referência na cidade, já foi vereador, deputado federal e prefeito duas vezes”. Cido rejeitou qualquer cerceamento ideológico a ponto de não poder dialogar mesmo com adversário político.

“A pessoa que estava com o chefe ontem [terça] declarou na mesa que ele foi o melhor prefeito de Taboão da Serra”, disse um assessor, sobre Cido. “Ele foi vereador da base [de Evilásio] e seria injusto falar que foi mal o governo [de] que ele participou”, falou. Cido foi eleito em 2008 na coligação de Fernando, mas aderiu à gestão Evilásio no início – votou a favor da revisão da planta imobiliária que resultou no aumento do IPTU – e só rompeu na metade do governo.

“Aliás, qualquer vereador ali [na Câmara] não pode falar mal. Tirando [o vereador] Eduardo Paz e Vida [pastor Eduardo Lopes, ex-Paz e Vida], o restante esteve direta ou indiretamente com Evilásio”, observou. O assessor disse, porém, que Evilásio foi se reunir com Marcus Vinícius e jantar, e que o encontro com Cido foi casual. “Mas ele está conversando com muitos vereadores da situação e não vereadores. [Para] Apoio. Ele é candidato e mantém até o fim”, afirmou.

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