Crianças ficam 5h no PSI de Taboão sem médico e pai é agredido por segurança

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Pais com os filhos doentes ficaram no Pronto-socorro Infantil de Taboão da Serra, no Jardim Santo Onofre (Pirajuçara), durante cinco horas sem nenhum médico para atender e começaram a reclamar da falta de pediatra, quando um pai foi agredido por um segurança do PSI, na tarde e noite desta segunda-feira, dia 6. Após a confusão e a Polícia Militar intervir, médicos “apareceram” para fazer atendimento, em mais um caso de indignação contra a saúde do município.

Pais que estavam com as crianças desde as 14h no PSI não aguentaram mais esperar e pelas 19h reclamaram de não aparecer nenhum médico para atender. A unidade estava lotada com cerca de 70 crianças para passar em consulta. “Apareceu um segurança e começou a agredir um dos pais. Ele deu um soco no rosto do pai, que reagiu. A confusão foi geral, a polícia chegou para contornar a situação”, disse Norma dos Santos, moradora do Parque Jacarandá, ao VERBO.

Na chegada da PM, pais apontam segurança agressor, diz moradora; e recepção do PSI lotada pelas 22h30

Outros pais na recepção ficaram revoltados com a agressão diante de o PSI não ter sequer um pediatra para atender. “Só chegou médico depois da confusão”, disse Norma, que postou no Facebook um vídeo com o protesto de mães e pais e a chegada da PM, cuja companhia na região fica acima da unidade, após a agressão. Depois, os médicos foram aos poucos chegando. “No momento, tem cinco atendendo”, disse ela à reportagem quando eram por volta das 22h.

Norma manifestou indignação, após ter chegado por volta das 17h com o menino de 6 anos com febre, dor de cabeça e diarreia e pensar que fosse dengue. Com casos de doença na cidade, inclusive com registro de morte, temeu pelo pior. “Só depois de tudo isso apareceu médico para atender meu filho”, disse. Após a chegada dos médicos, as crianças rapidamente foram atendidas. “Mas tem mais de 15 crianças na frente dele para tomar medicação”, relatou.

Pouco mais de 22h, a mãe continuava no pronto-socorro. “Eu ainda estou aqui esperando para meu filho ser medicado. Perguntei para a enfermeira, ela disse que não sabe que horas vai chamar ele”, contou ainda. Por volta das 23h, ela deixou com o filho o PSI, mas meia horas antes, às 22h30, gravou outro vídeo que mostra a recepção e o corredor dos consultórios lotados de pais com crianças, dezenas em pé, impacientes com a demora gerada após horas sem médico.

Para alívio da mãe, Gabriel não estava com dengue, mas com uma virose e infecção estomacal, de acordo com o PSI. Na confusão por causa da falta de médico, o segurança teria sido retirado às pressas da unidade. Já o pai agredido acompanhou os policiais para registrar boletim de ocorrência. O VERBO esteve no início da madrugada no 1º DP de Taboão (centro), mas o delegado Francisco Videiro não atendeu. A reportagem não encontrou a vítima da agressão.

Além de reclamações de mau atendimento nos três pronto-socorros, a saúde de Taboão contabiliza mortes sob denúncia de negligência dos jovens gesseiro Hélio Milke, 29, e cuidadora de idosos Rosemeire Manfrim, 25, no PS Antena, só no mês passado, entre outras desde o segundo semestre do ano passado, no total de pelo menos nove. Os casos devem ser objeto de denúncia contra o governo Fernando Fernandes (PSDB), que diz estar apurando os óbitos.

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