Rose foi vítima de omissão de socorro, diz mãe de jovem que morreu no Antena

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

A família de Rosemeire Manfrim vem denunciando negligência do médico do Pronto-socorro Antena, em Taboão da Serra, que atendeu a cuidadora de idosos com febre alta e forte dor de cabeça, receitou três injeções e disse que era para a paciente, que passou a ter dor nas pernas, consultar dermatologista, mas sofreu paradas cardiorrespiratórias e morreu. Mãe e irmãs localizaram, porém, uma testemunha e acusam que Rose foi vítima ainda de omissão de socorro.

De acordo com a mãe de Rose, uma paciente estava na ala de emergência e disse que a jovem, de 25 anos, apesar de estar muito mal, não recebeu os cuidados médicos na hora. “A moça estava na sala em um procedimento e viu que foi omissão de socorro da médica, em nenhum momento a médica socorreu a Rose. Quando ela veio botar a mão na Rose, a minha filha já estava morta”, disse ao VERBO a diarista Janalúcia Manfrim, a Jane, 56, determinada a buscar “justiça”.

Mãe de Rose, Jane, ouve a vereadora Joice na Câmara e protesta no PS Antena por ‘justiça’ pela morte da filha

“A médica é a dra. Fernanda, que só atendeu a Rose quando minha filha já estava morta. Aí tentou fazer massagem, nem colocou aquele troço lá de choque, e não adiantou mais”, continuou Jane. A mãe chegou ao PS Antena e logo entrou com a filha na emergência. “Eu coloquei a Rose lá dentro, e ela [a médica] tirou minha filha para ir para triagem. E ficou conversando, ficou de papinho com outro médico, quer dizer, ela fez mesmo omissão de socorro”, afirmou.

“Vou trocar ideia com ela ainda no pronto-socorro”, disse Jane. Ela não chegou a ver a médica quando, no dia 9, Rose deu entrada no PS “branca, gelada, dizendo que estava com dor no pé da barriga e nas pernas, mas estava viva”. Só a viu na quarta-feira passada quando a família fez um protesto em frente ao Antena. Frente a frente com a médica, ela não sabe como reagiria. “Só Jesus para me segurar, vou falar muita coisa para ela”, disse a mãe, que perdeu a caçula.

“Eu acordo de madrugada pensando na minha filha, eu acordo de manhã pensando na minha filha. Ela poderia ter salvado a Rose”, disse Jane, ainda mais encorajada com uma testemunha no caso. “Ela falou que o que precisar vai dar o testemunho dela, está gravada a voz da moça no celular da minha filha e vou pôr isso para ela ouvir”, falou, ao se referir à vereadora Joice Silva (PTB). Jane, familiares e amigos de Rose voltarão à Câmara nesta terça-feira, dia 24.

Na semana passada, Joice, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, conversou com Jane e família e disse poder se manifestar só após ter documentos da Secretaria da Saúde sobre o atendimento a Rose e o óbito e que seria nesta terça. “Eu quero uma conversa certa, até porque a gente tem outra coisa na mão que vai ser mostrado lá na Câmara”, disse a moradora do Jardim Record, sobre o depoimento da testemunha de quando Rose deu entrada na emergência.

Jane está disposta a não desistir até que a prefeitura admita negligência médica no diagnóstico do quadro de saúde da filha, e agora omissão de socorro, conforme denuncia, e que não vai se limitar a protestar na Câmara. “Se falarem ‘Ah, não…’ [com voz enjoada], desconversarem, vou continuar cobrando. A gente vai entrar na Justiça, contra a prefeitura, a médica, vou processar aquela infeliz”, disse Jane, indignada com a morte da filha “com uma vida toda pela frente”.

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