Empregados da Cavo param e Taboão fica sem coleta de lixo e varrição de ruas

Especial para o VERBO ONLINE

KAREN SANTIAGO
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Coletores de lixo e varredores de rua da Cavo decidiram na manhã desta segunda-feira, dia 23, entrar em greve, por tempo indeterminado, e paralisaram os serviços em Taboão da Serra. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 12,73%, melhores condições de trabalho e benefícios, e cruzaram os braços após a empresa não oferecer nem a reposição da inflação. Os funcionários também estão parados em Embu das Artes, Itapecerica da Serra e região.

O presidente do Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio em Conservação e Limpeza Urbana) de Taboão, Cotia e região, Donizete França, disse que a empresa ofereceu 6,5% de reajuste, muito abaixo da inflação anual (7,9%). “Levamos essa proposta para os funcionários, que não aceitaram e decidiram acatar a greve, pensada desde 0 dia 16 de março”, explicou. Em informativo, o sindicato classifica a proposta para a categoria “de vergonhosa”.

Funcionários de coleta de lixo e varrição de rua da Cavo em greve em Taboão da Serra, por reajuste salarial

Funcionários informam que Taboão dispõe de cerca de 60 coletores de lixo e 12 caminhões para o serviço, mas “no momento cinco estão em manutenção”. De acordo com eles, os caminhões estão em condições precárias, “rodam do jeito que der, já que falta freio direto, sempre aparecem tombados”. “Eles só querem cobrar, mas caminhão que é bom nada, estão caindo aos pedaços”, disse um funcionário. No total, 200 toneladas de lixo são recolhidas por dia na cidade.

A varrição de ruas em Taboão é feita por cerca de 70 funcionários, após diminuição drástica no quadro de pessoal do setor, de acordo com Donizete. “A Cavo alegou que faltou verba no orçamento da Prefeitura para continuar fazendo varrição e teve demissões dos varredores em 50% a 60%”, afirmou. Como consequência, de acordo com o presidente do sindicato, “há varredores que fazem três setores por dia, varrendo mais de 15 quilômetros por dia”, disse.

Parte dos varredores iniciou o trabalho e foi surpreendida com a greve. “Ele nem sabia, estava trabalhando e avisaram”, disse a filha de um empregado ao VERBO. Ele deixou o posto e foi para a empresa. “Vou saber o que resolveram quando ele chegar em casa”, disse. No início da tarde desta terça-feira, dia 24, nova audiência de conciliação será realizada no Tribunal Regional do Trabalho, para tentativa de acordo entre sindicato e patrões e pôr fim à greve.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Cavo, que enviou nota no início da noite desta segunda-feira (veja abaixo), sem responder, porém, aos questionamentos sobre as condições de trabalho dos funcionários. O VERBO procurou também a prefeitura no fim da tarde e não teve resposta até o início da noite.

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NOTA DA CAVO SOBRE GREVE DE COLETORES E VARREDORES NESTA SEGUNDA-FEIRA

“A Cavo informa que as negociações coletivas referentes aos empregados de limpeza urbana de inúmeros municípios do interior do Estado de São Paulo vêm sendo conduzidas pelos sindicatos patronal e dos trabalhadores. A última proposta feita pelo sindicato patronal (Selur) elevou o reajuste para 7,68% sobre os salários e benefícios, equivalente à inflação. Considerando a rejeição da proposta pelos trabalhadores (Siemaco) e o aviso de greve, a Selur obteve, junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), liminar para garantir a operação com efetivo mínimo de 70% dos trabalhadores de coleta e varrição e 100% dos que trabalham com resíduos hospitalares e em aterros sanitários.”

“Com relação à operação da Cavo em Taboão da Serra é importante destacar que os trabalhadores não estão 100% favoráveis à greve, mas estão sendo impedidos de trabalhar, já que a garagem da Cavo na cidade foi bloqueada por veículos do Siemaco, inviabilizando a entrada e saída das pessoas e dos caminhões da coleta. A Cavo registrou boletim de ocorrência e está acionando o TRT, já que a atitude desrespeita a decisão judicial em vigor, da qual o sindicato foi devidamente notificado. A companhia entende a relevância de seus serviços para a saúde pública e tem feito tudo o que está ao seu alcance para que a situação seja solucionada o mais breve.”

> Colaborou o repórter Adilson Oliveira, em Taboão da Serra

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