Nóis Sem Nóis tem espaço negado e acusa secretário de perseguição em Embu

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

A companhia teatral Nóis Sem Nóis, de Embu das Artes, teve pedido para usar um centro cultural da cidade neste mês de março para ensaio de peça e para o dia de estreia negado pela Secretaria Municipal de Cultura e diz que a não permissão não é por falta de espaço disponível nem qualquer outro critério de organização. O fundador e diretor teatral Ivo Amorim afirma que a proibição tem pura motivação pessoal e acusa o secretário Alan Leão de retaliação.

Ivo protocolou ofício com pedido de 16 datas para usar o Centro Cultural Mestre Assis (centro), mas a resposta foi verbal dada pelo diretor de Cultura Dilson Cruz, conta. “Ele falou que não podíamos ensaiar porque o centro cultural não tinha funcionários para nos acompanhar, e que não tinha como atender as nossas datas”, diz. Embu tem outros dois centros culturais, “mas em nenhum momento ele falou na possibilidade dos ensaios acontecerem em outros”.

O fundador-diretor da companhia teatral Nóis Sem Nóis, Ivo Amorim, e o secretário de Cultura, Alan Leão

Ivo fala que por criticar a gestão de Alan à frente da Cultura é alvo de perseguição que se consumou no Carnaval. Ele diz que o prefeito Chico Brito (PT) o tinha escolhido para ser, por mais um ano, o locutor da festa na cidade, mas na sexta-feira de Carnaval, no fim da tarde, recebeu uma ligação de assessor de Chico que avisou que não era para fazer a locução. Amorim foi até o gabinete e o assessor disse que Alan tinha falado ao prefeito que ele não seria mais o locutor.

“A pedido do prefeito Chico Brito, eu faria a locução do Carnaval que faço há 14 anos. Mas como eu já tinha tido várias discussões com o secretário sobre como tocava a Cultura, ele não aceitava de maneira alguma que fosse eu o locutor, ainda mais a pedido do prefeito – ele moveu muita gente do governo para tirar da cabeça do prefeito que fosse eu. Depois de 14 anos fazendo a locução, o secretário me tirou simplesmente porque ele não me queria”, acusa.

“Depois de tudo isso, o secretário começou a me perseguir, usando o diretor de Cultura para tentar barrar a minha companhia de teatro, que está há 20 anos na cidade, de fazer ensaios e sua estreia na cidade”, diz. Conforme apurou o VERBO, como Ivo tinha ficado “muito chateado”, o assessor de Chico o procurou de novo quando já era noite da sexta, preocupado com a repercussão, e disse para procurar o secretário de Governo, Paulo Giannini, depois do Carnaval.

É que Ivo trabalha na prefeitura como servidor livre-nomeado, em projeto educacional ligado à pasta de Giannini, que procuraria acalmar o companheiro de partido, mas o petista não se conformou. Apesar de colega no governo, Ivo não conversou diretamente com Alan sobre o caso. “Eu não o procurei, ele não fala comigo”, diz. “Quero que ele garanta o direito da minha companhia de teatro de ocupar os espaços para fazer o que tem que ser feito neles, arte”, critica.

OUTRO LADO
Procurado pelo VERBO, o governo Chico Brito enviou nota em que diz, sobre uso público dos equipamentos municipais, como teatros, salas e espaços culturais, “que o interessado deve protocolar a sua solicitação junto à Prefeitura, via praças de atendimento. Porém, a utilização desses espaços poderá acontecer em datas disponíveis, que não coincidam com datas dos eventos oficiais do município”, e “que várias entidades privadas utilizam esses espaços” – citou algumas.

Antes, Alan falou com o VERBO e alegou que Ivo não aceita as “regras” e tenta impor a cessão em datas inviáveis, como a da estreia da peça da companhia, em 27 de março, quando ocorre no Mestre Assis a posse do Conselho da Criança e Adolescente, “com presença até de desembargador”, disse. Ele negou interferência sobre o locutor do Carnaval. “Quem sou eu para dizer o que o prefeito tem de fazer, todo mundo sabe que quem manda na prefeitura é Chico Brito”, disse.

comentários

  • Quem não conhece a fama do Ivo, fico admirado esse site ainda ceder espaço para esse tipo de coisa. Ele é um cara descontrolado, não aceita regras e ainda por cima ofende as pessoas com palavrões quando contrariado. Nós que trabalhamos com a Arte, já vimos muitas vezes esse cara dar piti por coisa pouca. Se tem regras, essas regras é para ser cumprida, ele não pode querer tirar proveito só por que trabalha na prefeitura, nossa Companhia também fica na espera por um espaço no Centro Cultural e sabemos que é difícil por conta dos compromissos e eventos oficiais, faça igual a gente Ivo, aprenda a esperar.

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