RÔMULO FERREIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Vereadores do PT se rebelaram contra Chico Brito e reconsideraram o apoio “forçado” a Ney Santos (PSC) para presidente da Câmara de Embu das Artes. Em reunião nesta quarta-feira, dia 3, que reabriu a discussão sobre a polêmica escolha do comando do Legislativo, Doda Pinheiro, João Leite, Gilson Oliveira e Edvânio Mendes decidiram, sob pressão, que não irão votar mais como os demais parlamentares conforme a ruidosa negociação fechada pelo prefeito.
Em novo desenrolar da “novela” da definição da nova direção da Câmara, Ney passaria a ter 11 votos contra os quatro dos vereadores do PT e ainda seria eleito presidente. Mas a mesa-diretora poderá ter mudança em relação ao que foi decidido antes. Em contra-golpe dos parlamentares pró-Ney à movimentação dos petistas, Edvânio seria rifado e não teria mais voto para ser o 1º-secretário, visto com antipatia por sempre “atacar” os colegas. Gilson entraria na vaga.
A “rebelião” petista se explica. A decisão de Chico de emplacar Ney para chefiar a Câmara gerou uma crise no próprio partido após forte mal estar nas bases que acabou por abalar os principais dirigentes. Petistas governistas avaliam que a “imposição” de Chico foi longe demais e já ensaiam debandada da órbita do prefeito. Em Brasília, Chico não participou da reunião, mas o vice Nataniel Carvalho, o Natinha (Pros), o representou para reafirmar a posição do prefeito.
Na fatídica reunião na prefeitura na sexta-feira, dia 28, após Chico anunciar que Ney será o próximo presidente da Câmara, conforme apurou o VERBO, os vereadores do PT ficaram perplexos a ponto de o presidente do partido, João Leite, pedir um instante para se reunir com os companheiros. “Eles ficaram constrangidos”, disse um aliado do PT. Paulo Giannini, do secretariado de Chico, os acompanhou e voltou com os quatro dispostos a escolher o “neoaliado” do prefeito.
Chico bancou Ney para ter força para enfrentar o desafeto deputado estadual reeleito Geraldo Cruz (PT), virtual candidato a prefeito em 2016 e que, se eleito, poderá expurgar o grupo de Chico da prefeitura. Mas Ney foi eleito na oposição e ataca o PT. “Não há acordo que dê guarida a uma coisa dessa, aí o Geraldo ganha força dentro do PT”, diz dirigente de um dos partidos inconformados com a aliança. “Mas o arrependimento é geral, já atinge todo o governo”, conclui.