RÔMULO FERREIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Gilvan Antonio de França, o Gilvan da Saúde (Pros), será o próximo presidente da Câmara de Embu das Artes, no biênio 2015-2016. Ele comandará o parlamento municipal por decisão do prefeito Chico Brito (PT), que, apesar da autonomia dos poderes, voltou a definir o chefe do Legislativo após ter “conduzido”, em público, a primeira sessão de 2013 que barrou tentativa de Ney Santos (PSC) de ser presidente e “empossou” quem escolheu para o posto, Doda Pinheiro (PT).
Gilvan, 54, está no quarto mandato e é o líder do prefeito na Câmara. Ele se tornou aliado do PT a partir do início de 2005, quando logo após ser eleito pela oposição pela segunda vez aderiu ao governo do prefeito Geraldo Cruz. Foi presidente alguns meses, em 2008. Ele quase não discursa nas sessões, tem apresentado muito poucas proposições e prefere tratar divergências políticas a portas fechadas – via de regra, incomoda-se com debates acalorados em público.
Conforme apurou o VERBO, o prefeito decidiu que Gilvan será o presidente da Câmara para honrar acordo com o Pros. Ele negociou o cargo, como parte do “pacote” de benefícios ao Partido Republicano da Ordem Social, em troca da vinda da sigla para Embu, em 2012, para apoiar o governo e projeto político do PT. Em 2013, Gilvan trocou o PPS, ao qual era filiado havia pelo menos dez anos, pelo Pros, sem perder o mandato por conta da “brecha” de ser um partido novo.
Chico opera a máquina para executar demandas dos eleitores dos vereadores e põe cargos à disposição dos que são aliados. Não raro vereadores dizem, nos bastidores, que “a Câmara é extensão da prefeitura”. “Ele tem uma influência grande, levando em consideração que na última eleição anunciou a mesa diretora dois meses antes. Não podemos subestimar seu poder de articulação, até porque os vereadores ficam ‘presos'”, disse um deles, que pediu anonimato.
Chico sugeriu que vereadores da base do governo escolhessem entre Gilvan e outro nome que, oficialmente, ainda se coloca na disputa, Rosana Almeida (PMDB), mas a consulta foi vista como “jogo de cena”. Ele flertou com a vereadora para o cargo para possivelmente anular a oposição, que busca se aproximar da filha do popular ex-vereador Arthur da Ressaca, mas o movimento foi classificado como “fumaça”, já que a Rosana apoiou candidatos adversários neste ano.
Com a definição apesar de a eleição, oficialmente, ocorrer só dia 17 de dezembro, um assessor da vereadora protestou e disse que “ninguém faz nada, deixa o partido do Natinha levar tudo”, em referência ao vice-prefeito e hoje também secretário de Serviços Urbanos, Nataniel Carvalho (Pros). Outros dois membros do partido controlam secretaria, Alan Leão, titular da Cultura, e o próprio presidente municipal João Honório, que comanda a Companhia Pró-Habitação.
O outro candidato é o atual presidente Doda. Lançado pelo prefeito para comandar a Câmara na vez anterior, deixou de ser o escolhido de Chico, apesar de abrir mão de disputar vaga de candidato a deputado estadual em favor de João Leite (PT), apoiado pelo prefeito. Avesso a críticas, Chico não gostou da postura independente de Doda, como quando no início de 2013 criticou o excessivo envio pelo prefeito de projetos em regime de urgência, e foi desprestigiado.
MESA-DIRETORA
Os outros três ocupantes da mesa-diretora também já foram definidos. São eles Edvânio Mendes (PT), Luiz do Depósito (PMDB) e Jefferson do Caminhão (PR) – os dois últimos permanecem. Falta definir quem ocupará dois cargos. Edvânio será o 1º-secretário, enquanto será decidido se Luiz, atual vice-presidente, e Jefferson, 2º-secretário, continuam ou trocam de cargos. Gilson Oliveira (PT) presidirá a poderosa Comissão Mista, com direito a gabinete maior e mais cargos.
