RÔMULO FERREIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O prefeito Chico Brito adotou o discurso de que o PT de Embu das Artes saiu fortalecido das eleições apesar de fracassar no projeto de eleger João Leite (PT) como deputado estadual, depois de travar uma “guerra” política com o deputado estadual Geraldo Cruz sem precedente na história do partido. Mas não foi esse o sentimento de Chico logo após a apuração dos votos que acabou com a derrota do candidato que bancou, durante reunião preparada para comemorar a vitória que era o primeiro a dar como certa.
De acordo com relatos de presentes à pretendida “festa da vitória” ouvidos pelo VERBO há um mês, Chico ficou furioso com a votação de João Leite, principalmente em relação ao desempenho em Embu, onde o candidato teve somente 14.711 votos. No lançamento da candidatura, Chico disse que a expectativa, “com muito pé no chão”, era eleger o “apadrinhado político” com cerca de 35 mil votos na cidade e 100 mil no Estado. No total, porém, o atual vereador recebeu 58.169 votos – ficou como segundo suplente.
Com apoio de 10 de 15 vereadores e da estrutura da prefeitura, com recrutamento dos indicados políticos no governo para atuarem em peso na campanha, o resultado foi considerado um fracasso. Chico disse que os apoiadores de fora não podiam ser responsabilizados pelo fiasco, por exemplo, os da capital, onde João Leite teve 30.356 votos, mas que a culpa era do próprio grupo político em Embu. “Na cidade do cara tirar 14 mil votos só, com tanta gente apoiando, com máquina, com tudo… É fato”, reconheceu um aliado presente.
Chico fez um discurso duro, em tom ameaçador contra os que “traíram” sua confiança em levar a candidatura de João Leite. “Ele pediu a Deus sabedoria, primeiro, para não cometer nenhuma injustiça. Mas disse que ia pedir muito mais para fazer justiça”, contou outro aliado, sobre o que seria uma leva de demissões. “Disse que o gostoso não é durante a campanha ou no dia da eleição, é um dia depois, quando você vai ver se quem dava tapinha nas suas costas, dizendo ‘deixa comigo’, falava a verdade”, completou.
“Ele chegou a citar a sabedoria de Salomão, para identificar os que não corresponderam. Deve levantar o mapa de votação, onde a pessoa ficou de fazer o trabalho. E ninguém é bobo, todo mundo viu quem disse ‘eu tô’ e na verdade não estava comprometido. Esses têm que ficar com a barba de molho”, comentou o apoiador. “[A deputada] Analice [Fernandes], que só aparece no Embu em época de eleição, perdeu para o João por uma diferença de menos de 300 votos só, sinal de que não foi feita a lição de casa”, continuou.
Cerca de 50 pessoas ouviram a “reprimenda” de Chico, com a hora já avançada, por volta das 23h30, até quando se esperou que João Leite poderia ter alguns votos espalhados pelo Estado que garantissem a vitória. Mas a reunião chegou a ter 300 pessoas, inclusive todo o secretariado de Chico, tanta era a certeza da vitória. “Teve um cara ‘grandão’ [líder petista] que falou assim: ‘Hoje só vou sair daqui quando o sol bater na minha cara, e vai todo mundo para a piscina’. Aí ia vir uísque. Mas no fim o clima não era outro a não ser de derrota”, disse um presente.
Não vejo como falta de empenho de quem trabalhou na campanha e sim questões feitas por eleitores sobre quem é o candidato, quem está apoiando e o porque, e a presença efetiva da “máquina” nos bairros fora da “temporada de caça ao voto”.
Quando qualquer secretaria deixa de cumprir o básico não adianta divulgar grandes obras.
Vocês podem estudar o caso e tirar as conclusões pois, se não me engano o João Leite só venceu em números de votos o Geraldo Cruz e a Analice Fernandes na 341ª Zona e em dois locais. Jardim Tomé ( João leite 217 votos, Analice Fernandes 184 votos e Geraldo Cruz 112 votos)e no Santa Bárbara (João Leite 108 votos, Analice Fernandes 69 votos e Geraldo Cruz 53 votos).