SP sofre seca de água há 1 ano, mas de obras há uma década, critica Padilha

Especial para o VERBO ONLINE

MARCELO SOUSA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O candidato derrotado ao governo Alexandre Padilha (PT) criticou de forma incisiva nesta quinta-feira, dia 23, em visita à região, o governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB) pelo desabastecimento de água no Estado e disse que São Paulo sofre uma “seca de água” há um ano, mas “seca de obras” há uma década, ao apontar a não construção de novos sistemas de armazenamento. Acusou o tucano de “enganar” a população ao dizer na campanha que não faltaria água.

Padilha visitou primeiro Embu das Artes e disse que o objetivo era pedir votos na presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), mas também agradecer pela votação que teve. “Se dependesse de Embu das Artes, eu estaria agora no segundo turno, discutindo com o governador, cobrando explicações dele para a falta de água em São Paulo. O PSDB praticou um verdadeiro estelionato eleitoral no Estado”, afirmou Padilha em entrevista na entrada da prefeitura.

Padilha caminha entre barracas de artesanato no centro de Embu para pedir voto na petista Dilma Rousseff

“Foi o de enganar a população em dizer que não faltava água. Passada a eleição, estamos vendo cidades e mais cidades vivendo a situação de não ter água nos postos de saúde, nas escolas, as prefeituras tendo que se virar para fazer prospecção subterrânea, arrumar carro-pipa. Se o comportamento do eleitorado do Estado fosse igual ao de Embu, agora estaria enfrentando esse debate com o governador”, disse. Padilha teve 18,2% dos votos, mas em Embu, 29,9%.

Padilha afirmou que a falta d’água poderia ter sido evitada. “São Paulo vive uma seca de água há 1 ano, mas uma seca de obras há 10 anos. Durante a campanha, apontamos o conjunto das obras que já deveriam ter sido realizadas, tinha até estudo da Sabesp para realizar as obras, mas não tinha um governador que colocava as obras para funcionar”, disse. “Saímos da eleição com autoridade política para cobrar do governador soluções rápidas”, afirmou o petista.

Ele disse que Dilma, se eleita, vai ajudar a enfrentar a seca e que em 2004 a União liberou dinheiro a munícipios e ao Estado para investimentos com a renovação da outorga do Cantareira. “Todos avançaram, o Estado não pegou os recursos e não fez as obras. A presidente Dilma vai manter a postura de colocar recursos à disposição, e mostrei, detalhadamente, as obras necessárias. É possível fazer em quatro anos para tirar São Paulo do risco da falta d’água.”

O petista falou que, no segundo turno, a tática é “concentrar” a busca pelo voto entre eleitorado paulista que sempre votou no PT, mas neste ano “teve outras escolhas”, e observou que a votação de postulante tucano à presidência no primeiro turno no Estado “é muito similar” à das três eleições anteriores. “Não foi que o candidato do PSDB avançou sua votação em São Paulo, tivemos foi uma redução da votação do PT. Desse voto que estamos indo atrás”, disse.

Padilha caminhou pelo centro ao lado do prefeito Chico Brito (PT), que exaltou a eleitores que “ele veio para agradecer os votos que teve na cidade”. Padilha defendeu políticas de Dilma. A funcionária pública Marisa Alves, 45, beneficiária de bolsa do Prouni, aprovou a gestão petista. “Hoje, meu filho faz direito de graça, minha sobrinha também está na faculdade e até eu estou fazendo pedagogia. Tudo devido a esse governo, que deu oportunidade para nós”, disse.

Em loja com presidente do PT-Taboão, Wagner Eckstein, Padilha conversa com eleitor jovem no Pirajuçara

Não realizado em bairros populares, onde o PT teria maior apelo, apesar da “estratégia”, o “vermelhaço” no município, governado pelo partido há 13 anos, agitou apenas os militantes, mas reuniu cerca de cem pessoas e foi considerado esvaziado – em “guerra” política com Chico, o deputado Geraldo Cruz não apareceu. Sobre caminhão de som, Padilha destacou que em Embu Dilma (33,8%) e ele (29,9%) tiveram quase a mesma votação, e seguiu para Itapecerica da Serra.

Já em Taboão da Serra, Padilha caminhou no Pirajuçara. Entrou em uma loja e foi questionado pela balconista Vanessa Mansur, que disse “ainda estou no aluguel”. Ao ouvir que Lula e Dilma criaram o programa “Minha Casa, Minha Vida”, ela disse que “são dois ladrões”, sobre a Petrobras. Padilha e Chico, que o acompanhava, ficaram contrariados e sustentaram que o governo do PT põe a Polícia Federal para prender corruptos como o ex-diretor Paulo Roberto Costa.

“Ele [Padilha] falou para me inscrever, no site, no programa. Só vou dizer que o país melhorou se tiver onde morar. No primeira vez votei nulo, nessa ainda não sei”, disse a jovem de 22 anos, grávida, após os petistas saírem. Na praça Luiz Gonzaga, Padilha encerrou e reafirmou otimismo. “Estamos crescendo com o voto do trabalhador, e o desespero dos tucanos é que o voto de banqueiro vale o mesmo de uma faxineira que melhorou de vida com Lula e Dilma”, discursou.

comentários

>