Governo vai esperar sindicância para definir possíveis afastamentos no IBGE

Especial para o VERBO ONLINE

SABRINA CRAIDE
Agência Brasil

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse neste sábado, dia 20, que o governo irá esperar a conclusão do trabalho da comissão de sindicância, que irá apurar o erro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, para tomar providências sobre possíveis afastamentos de responsáveis do órgão.

A comissão terá 30 dias para analisar os fatos e a responsabilidade funcional e será formada por integrantes da Casa Civil, dos ministérios do Planejamento e da Justiça e da Controladoria-Geral da União (CGU).

Segundo a ministra, o governo “ficou chocado com o erro”, considerado gravíssimo. Além da comissão de sindicância, um grupo de especialistas independentes irá avaliar a consistência da Pnad de 2013, para ver se há algum outro problema no estudo. Os nomes devem ser divulgados na próxima terça-feira, dia 23.

Os ministros do Planejamento, Miriam Belchior, do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo, da Educacão, Henrique Paim, falam sobre a correção dos dados da Pnad
Ministros Miriam Belchior, Tereza Campelo e Henrique Paim falam sobre a correção dos dados da Pnad

Ontem, dia 19, o IBGE divulgou uma correção da análise de dados da Pnad, divulgada na última quinta-feira, dia 18, o que levou a erro em alguns resultados das estimativas. O índice de Gini, que mede a desigualdade no país, em 2012 estava em 0,496 e, em 2013, caiu para 0,495, o que mostra redução na desigualdade, ao invés do aumento para 0,498 divulgado anteriormente.

O erro ocorreu porque foi superestimada a população das regiões metropolitanas de sete Estados que têm mais de uma região metropolitana, onde foi considerado o peso da região metropolitana do Estado inteiro, e não apenas o da capital. Isso influenciou no cálculo de dados como o índice de Gini. Outros dados como o rendimento da população, taxas de analfabetismo e de desocupação também sofreram alterações.

Miriam Belchior destacou a rapidez com que o IBGE corrigiu os dados. “Isso não apaga o erro, que é gravíssimo, mas colocou à disposição da sociedade de forma transparente, o mais rápido possível, as informações corrigidas.”

Segundo a ministra, ao ser informada do erro do IBGE, a presidenta Dilma Rousseff demonstrou perplexidade por um erro básico como o fato de não ter sido feito um processo de checagem e rechecagem dos dados. Para a ministra, não há problemas de orçamento e de pessoal no IBGE. “Houve um problema técnico básico de não ter sido feita a checagem dos dados”, destacou.

Ontem, a presidenta do IBGE, Wasmália Bivar, pediu desculpas a toda a sociedade pelo erro, mas afirmou que, do ponto de vista significativo, os resultados não mudaram substancialmente.

Também participam da coletiva a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, o ministro da Educação, Henrique Paim, e o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri. Em nota divulgada durante a coletiva, o governo afirma que os novos dados da Pnad reafirmam a trajetória de queda das desigualdades e mantêm as principais tendências verificadas nesta década.

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