PSOL lança Anivaldo a federal e diz que ‘próprios petistas não se entendem’

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Jardim Santa Tereza, em Embu das Artes

O ativista cultural Anivaldo Laurindo, o Anivaldo da Cultura (PSOL), lançou no último sábado, dia 9, no Jardim Santa Tereza, em Embu das Artes, candidatura a deputado federal em ato em que defendeu políticas de acesso à cultura e educação de qualidade e apostou na “revolta” nas manifestações no ano passado para eleição de candidatos com poucos recursos e estrutura. Ele, que deixou o PT em 2004, concorra à Câmara dos Deputados pela segunda vez – em 2010, teve 671 votos.

Anivaldo discursa no lançamento da candidatura em espaço no Jardim Santa Tereza que reuniu cerca de 40 pessoas
Anivaldo, 47, discursa para cerca de 40 pessoas no lançamento da candidatura em espaço no Jd. Santa Tereza

“Saber avançar é investir em educação. Quem tem conhecimento e informação domina, não por acaso não deixam nossos filhos estudarem em escola melhor. Enquanto o filho de trabalhador for prejudicado, vamos lutar para que todos os jovens tenham direito a escola pública de qualidade”, disse Anivaldo. Ele falou que o cidadão “devia ter, pelo menos no fim de semana, ônibus de graça, para poder ir a museu, teatro, aos espaços públicos para assistir a apresentações culturais”.

Ele atacou candidaturas milionárias ou financiadas por grupos econômicos e lembrou os protestos contra a alta da tarifa de ônibus na capital. “Eles podem ter dinheiro, mas temos a militância. O que vai fazer a diferença é aquela revolta dos estudantes contra os 20 centavos por educação, saúde, justiça social”, disse. Ele ligou a insatisfação popular a políticas que teriam sido equivocadas. “A cada 10 minutos uma mulher vai parar no hospital agredida e temos uma mulher presidente.”

“Nós, do PSOL, somos diferentes, saímos do PT porque não acreditávamos mais no projeto do partido. O povo brasileiro elegeu em 2002 um trabalhador que depois traiu os trabalhadores”, disse Anivaldo, em referência ao ex-presidente Lula. Citou que figuras do PSOL como Luciana Genro e Carlos Gianazzi “não se deixaram comprar” e foram expulsos do PT por serem contra a reforma da Previdência e corte no orçamento da educação na prefeitura de São Paulo, respectivamente.

Giannazi, hoje deputado estadual,  compareceu ao ato e foi ainda mais contundente. Disse que o “PT quando chegou ao poder se desviou da rota da transformação social do país”, que Lula pensou que conseguiria eleger “mais um poste, como a [presidente] Dilma [Rousseff]”, mas “o [candidato a governador Alexandre] Padilha não decola”. “O PT que construímos está sepultado. O verdadeiro PT somos nós, o PSOL surgiu para resgatar o movimento genuíno dos fundadores do PT.”

Deputado estadual Carlos Giannazi ao lado de Anivaldo da Cultura, que concorre a deputado federal pela segunda vez consecutiva
Deputado Giannazi ao lado de Anivaldo da Cultura, que concorre a deputado federal pela 2ª vez consecutiva

Giannazi disse também que o governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB) tornou as prisões “verdadeiros escritórios do PCC”, que “até água já está faltando no Estado” e que mesmo que o tucano apareça com 50% de intenção de voto “não significa que mantenha durante o processo eleitoral”. Ele disse que o candidato Paulo Skaf (PMDB) presidiu instituição – Fiesp – que patrocinou órgão da ditadura que “matou” no passado e “agora financia candidato do patrão”.

Giannazi destacou Anivaldo à frente da Casa de Cultura do Santa Tereza e como “militante de várias lutas”. “Se ele já faz tudo isso, imagine com estrutura. Seu trabalho é superior ao da Secretaria de Cultura aqui”, disse. Avaliou que o quadro é “favorável a candidaturas mais combativas” e voltou a criticar o PT, ao citar briga política entre o prefeito Chico Brito e o deputado Geraldo Cruz. “Até eles não se entendem, se aliam a partidos fisiológicos para manter o poder a qualquer custo.”

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