ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Os principais vereadores da base governista cobraram do prefeito Fernando Fernandes (PSDB) sair na foto, literalmente, das inaugurações da administração ao discursarem que a Câmara Municipal sempre defendeu o governo mesmo quando sob saraivada de críticas da opinião pública e investidas de adversários e “é a hora de colher”. Nas declarações, na sessão passada, no dia 5, o prefeito também foi fustigado com ataques ao principal aliado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O vereador Eduardo Nóbrega (PR) lembrou que o Legislativo, que preside, já teve somente sete vereadores na base de apoio ao governo Fernando, passou a 11 e hoje se consolidou em 10, com a ida de Luzia Aprígio (PSB) para a oposição, ao sugerir coesão do grupo da situação. “Agora, começamos a entender que o governo passa a ser bem avaliado, é a hora de o governo aparecer nas páginas dos jornais, com matérias favoráveis, e citar ao lado a Câmara Municipal”, disse Nóbrega.
“É hora de cada jornal ou folheto produzido pelo Executivo trazer as ações do parceiro de primeira hora, Câmara Municipal, agora é a hora boa, é a hora de colher. Plantamos, recebemos críticas. Agora é hora sim de nesta linda foto onde está o prefeito Fernando Fernando ao lado de um funcionário estarem também os vereadores”, enfatizou, citando cada membro da base. Disse que só não incluiria os da oposição. “Não quero reinventar a política, ela tem suas regras.”
Antes, o vereador Marco Porta (PRB) chamou a atenção ao declarar que o Legislativo tem maior relevância política que o governo. “Nós somos os verdadeiros representantes do povo aqui na cidade, não é o Poder Executivo. Não é. A partir do momento que a Câmara assumir seu papel, sua soberania, muitos cidadãos também se unirão a essa Câmara com mais força e contribuindo para que possamos planejar o futuro da cidade, enfrentar os problemas reais e dar a solução”, disse.
Apesar de considerado líder do governo, mas não oficialmente, Porta fez um discurso tido como um recado ao próprio prefeito. Ele ainda disparou contra Alckmin ao criticar a crise hídrica, tema sensível ao PSDB, que governa o Estado há 20 anos. “O problema está explodindo na cara dos paulistas, os governos que passaram se eximiram da responsabilidade de criar outros reservatórios, já se sabia que teríamos esse tipo de problema num futuro não muito distante”, afirmou.
Porta foi mais contundente e disse que as gestões anteriores “pegaram o problema e colocaram debaixo do tapete”. “Agora, temos que correr atrás do remédio, e ele, talvez, custe muito caro. Faltou planejamento, faltou seriedade por parte do governo do Estado, e olha que estou falando apenas do problema pontual da seca”, declarou, irônico. Porta teria mirado Fernando e o PSDB por ter sido descartado a ter o apoio do prefeito para ser o próximo presidente da Câmara.
