UBS Suiná tem só 1 clínico todos os dias; consulta demora quase 2 meses

Especial para o VERBO ONLINE

Usuários aguardam atendimento na UBS Suiná; funcionária diz que agendamento não foi aberto

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

A unidade básica de saúde responde pela atenção primária e deve oferecer consulta, gratuita, em clínica geral, pediatria, ginecologia, odontologia, com número de profissionais adequado à demanda – em acompanhamento regular para prevenir e controlar doenças e evitar a procura por pronto-socorro e internações. A UBS Suiná (região do Pirajuçara), em Taboão da Serra, porém, falha no primeiro atendimento e pode levar usuários a recorrer a um PS já com quadro grave.

A UBS tem só um médico clínico que atende de segunda a sexta, e o outro só vai à unidade uma vez por semana, às quartas-feiras, quando o posto devia ter, pelo menos, mais um profissional, mas para clinicar todos os dias. Para piorar a situação, o que cumpre expediente todos os dias está em férias e só volta a atender em 20 de agosto. “Tem dois clínicos aqui, um está de férias, e o outro trabalha uma vez por semana”, disse um funcionário ao VERBO na semana passada.

Usuários aguardam atendimento na UBS Suiná; funcionária diz que agendamento não foi aberto
Usuários aguardam atendimento na UBS Suiná; funcionária diz que agendamento para clínico não foi aberto

Com a deficiência, os usuários demoram quase dois meses para conseguir agendar atendimento com clínico. Um homem com suspeita de pressão alta procurou a UBS no dia 17 de julho e teve a consulta marcada só para 2 de setembro. O funcionário informou à reportagem, porém, que a marcação nem estava mais sendo feita. “A agenda para nenhum dos dois [médicos] está aberta, vai abrir ainda. O sr. liga no dia 1º para saber se a partir do dia 4 vai começar a agendar”, disse.

“Aqui deveria ter três clínicos, no mínimo”, disse um profissional de enfermagem. Um usuário desabafou que a falta de médico pode comprometer tratamento contra doenças como hipertensão e diabetes e levar a pessoa a sofrer um AVC. “O sr. tem toda razão”, disse. O problema gera, além desvio de função, aborrecimento. “Na falta do médico, temos que trocar receita, atualizar guia, fazer encaminhamentos, e às vezes levar bronca. Se o sr., que é usuário, puder nos ajudar nisso.”

“Que adianta reformar o posto, não tem médico”, gritou uma paciente na recepção há cerca de 15 dias. Na saída, mais frustração. “Aqui tem que melhorar muito, o negócio ‘tá’ bravo, não tem médico para trocar receita”, disse à reportagem o aposentado Benedito Alves Araújo, 65, morador do Jardim Guaciara, que também reclamou de falta de medicamentos contra pressão alta e colesterol na unidade. “Das nove vezes que vim pegar os remédios, só uma vez consegui uma parte.”

OUTRO LADO
Questionado pelo VERBO no sábado sobre a UBS Suiná ter só um clínico todos os dias, o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) disse: “Eu não tenho essa informação. Na UBS estamos fazendo uma grande ampliação. Se estamos construindo é porque pretendemos botar um atendimento maior ainda. A reclamação que existe lá é em relação à psiquiatria, o psiquiatra pediu a conta, foi embora de Taboão. É difícil segurar psiquiatra, recebe propostas melhores, vai embora”.

A reportagem insistiu que a deficiência se refere também a clínico e disse inclusive que o médico que atende durante a semana está em férias e os pacientes só têm consultas marcadas para depois de dois meses quase. “Estive lá, não estou duvidando, mas não recebi essa informação. Mas médico também tem férias. O que se faz realmente é o remanejamento de consultas, e as urgências vão para os pronto-atendimentos. É assim que funciona a saúde”, afirmou Fernando.

Um dia antes, na sexta, o VERBO ligou para a secretária de Saúde, Raquel Zaicaner, que disse que só informaria pela assessoria de comunicação. Ela disse que a resposta seria rápida, mas não se pronunciou, para falar de providências.

comentários

  • no posto de saude do silvio sampaio os moradores não consegue marcar consulta, um emfermeiro te atende e ver se é necessário ou encaminhamento para o médico, agora somos examinados por enfermeiros, ele é quem decide se seremos atnedido ou não, não é muita responsabilidade

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