Noventa diz que Érica arranjou expulsão para ir para PSDB e apoiar Analice

Especial para o VERBO ONLINE

Noventa, que defende perda de mandato da vereadora, e Érica, que diz ter sido expulsa

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O ex-vereador Valdevan Noventa disse ao VERBO acreditar que a vereadora Érica Franquini forjou a própria expulsão do PDT para poder ingressar no PSDB de Fernando Fernandes e como membro do partido ter mais demandas atendidas pelo prefeito e apoiar sem restrição a deputada estadual e candidata à reeleição Analice Fernandes, mulher do chefe do Executivo. Presidente do PDT de Taboão antes da então colega, ele disse que a parlamentar deve perder o mandato.

Noventa, que defende perda de mandato da vereadora, e Érica, que diz ter sido expulsa
Noventa, que defende perda de mandato da vereadora por deixar o PDT, e Érica, que diz ter sido expulsa

“Eu acredito que sim, o motivo mais cabível é esse”, disse Noventa sobre Érica alegar a expulsão e o projeto político no PSDB, ao qual se filiou de imediato. Apesar de eleita pela coligação adversária, ela passou a fazer parte da base do prefeito e ter obras e serviços pedidos realizados. “A Érica está sendo inteligente, está se sobressaindo. Mas é desculpa dizer que foi expulsa, se ela jogar em cima de mim, faço questão de tirar essa história a limpo, mostrar o que de fato aconteceu”, disse.

Érica assumiu a direção do PDT em dezembro de 2013, mas disse que só soube da “expulsão” no fim do mês passado. A desfiliação sumária consta do site de filiação do Tribunal Superior Eleitoral, com data de 15/1/2014. Noventa estranhou a versão e questionou como ela era a presidente e desconhecia a situação da sigla. “Só agora que descobriu que está desfiliada? Que administração era essa? Ela tem que explicar aos seus eleitores o motivo real da mudança de partido.”

Colocado sob suspeição por ter sido o presidente anterior, Noventa negou, porém, responsabilidade pelo registro de expulsão de Érica. “Jamais faria isso com a companheira que ajudei a eleger, abri as portas da minha casa, fiz reuniões para ela, pedi para votar nela, é a primeira vez que o PDT elege uma vereadora na cidade, é histórico. Até porque não tinha mais poder de comando sobre o partido”, afirmou. Neste ano, Noventa recebeu de Érica a medalha do aniversário da cidade.

Noventa hoje está filiado ao Solidariedade, mas foi convicto em afirmar que a direção do PDT no Estado não a expulsou. “Tenho conhecimento da estadual de que ela não foi expulsa, até porque tinha lançado a candidatura dela [a deputada federal], já tinha número e tudo”, disse o ex-vereador, que se mostrou próximo à cúpula do ex-partido e até apoiará um candidato da sigla. O PDT não apoiará o PSDB, mas Dilma Rousseff (PT) a presidente e Paulo Skaf (PMDB) a governador.

Érica entrega medalha de aniversário de Taboão a Noventa em fevereiro deste ano, quando expulsão já constava no TSE
Érica entrega medalha de Taboão a Noventa em fevereiro deste ano, quando expulsão já constava no TSE

Para Noventa, Érica “está procurando um culpado” para tentar se livrar do problema em que se meteu. “E o culpado não sou, muito menos pessoas ligadas a mim, acho injusto ela jogar essa questão para cima de mim”, enfatizou. Ele a criticou por não o contatar antes de tomar qualquer decisão. “A companheira, que mora no mesmo bairro que eu, praticamente na mesma rua, em nenhum momento me procurou para tirar dúvidas ou ter informação do que ocorreu”, declarou.

Indagado pelo VERBO se entende que Érica deve perder o mandato, Noventa disse que a regra deve ser seguida, mas que não se envolveria na disputa. “Se ela não foi expulsa e mudou de partido, o que diz a lei?”, questionou. “O político que mudou de partido e não foi para um novo, criado agora, foi para um já existente, perde o mandato, que pertence ao partido. O seu suplente deve correr atrás do mandato”, respondeu. O suplente é o líder comunitário Donizete Braga.

ÉRICA
A reportagem ligou para Érica e na Câmara Municipal. A assessora que atendeu o telefone pessoal da vereadora disse que a comunicaria e ela retornaria quando pudesse. A chefe de gabinete disse que Érica estava em recesso e que seria avisada para agendar e poder se pronunciar – falou que “temos outra assessoria dando total suporte em relação a tudo que está acontecendo, até tiramos do gabinete por conta de ser um partido diferente [PSDB]”. Mas a vereadora não ligou de volta.

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