Aprígio se lança a federal e diz que indica verba ainda se prefeito rejeitar

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O ex-vereador e empresário Aprígio (PSB) disse, caso seja eleito deputado federal, que se enfrentar oposição do prefeito Fernando Fernandes (PSDB) no envio de emendas para Taboão da Serra vai deixar de ser alguém “quietinho” e apontar que o adversário é o responsável pela não liberação de recursos para a cidade, durante lançamento da candidatura, na sexta-feira, dia 18, numa casa de shows no Jardim Clementino (região do Pirajuçara). Cerca de mil pessoas participaram.

A viabilização de verbas parlamentares para Taboão requer projetos apresentados pelo prefeito, que não quer fortalecer Aprígio para ser potencial candidato à sucessão municipal em 2016. “Querendo ou não vou arrumar para cá, não estarei arrumando para ele, mas para a cidade. Se ele não quiser, declarar realmente oposição, aquele Aprígio quietinho acabou, vai ser declarado ao munícipe que o dinheiro está lá e não depende de mim [a liberação], depende dele”, afirmou Aprígio.

Ele ponderou, porém, não acreditar que um prefeito tenha “coragem de dispensar emenda que venha para sua cidade, seja de quem for”. Aprígio disse que “não sei o que pode acontecer em 2016” sobre a próxima eleição em Taboão, mas despistou sobre o futuro. “Estou focado hoje na campanha a deputado federal. E se em Brasília eu for uma pessoa mais útil para ajudar a minha cidade, por que vou sair a prefeito? Não estou pensando na candidatura a prefeito”, disse.

Aprígio desconversou sobre ter falado em “coronelismo” em discurso e não o associou a Fernando. Disse que a ação não teria razão de existir já que “não estou fazendo campanha contra ele”. “É totalmente individual [separada] da mulher dele [Analice],  já não saí a estadual para não confrontar”, revelou. Ele disse não crer que sofre perseguição do prefeito. Aliados do governo afirmam, porém, que o centro empresarial da cooperativa de Aprígio não obterá licenças antes das eleições.

O candidato disse concordar que a população está muito descrente de políticos da região, mas daquele “que prometeu e depois não fez, prometeu na outra eleição e também não fez, está sempre prometendo e não fazendo nada”, que definiu como “picareta”. Ele disse ter perfil diferente e citou várias obras pela cooperativa e até abertura de vias públicas – para cada finalizava com “foi o Aprígio que fez”. “Não sei por que o Aprígio não mereceria a confiança na cidade”, questionou.

No apoio ao presidenciável do partido, Eduardo Campos (PSB), adversário da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), Aprígio criticou o programa de habitação popular do governo petista ao exaltar a própria cooperativa que preside, a qual se referiu como a “maior e melhor do Brasil”. “No ‘Minha Casa, Minha Vida’ são pequenos os apartamentos, são caros, não tem nada de preço de custo, não tem como dizer que constrói a preço de custo e beneficia alguém”, disse.

Aprígio disse ter “vários projetos”, até polêmicos, “mas necessários”. Disse que defenderá a redução da idade penal. “Isso tem que ser feito, com todo o conhecimento que tem, o adolescente hoje não é igual ao de 1940, quando criaram essa lei. Não dá para tratar um adolescente de 16 anos como criança”, afirmou. Ele propôs encarecer o cigarro e a bebida alcoólica para que a pessoa não possa comprar e não consuma os recursos da saúde ou “bata na mulher” e mate no trânsito.

Ao lado da mulher, a vereadora Luzia Aprígio (PSB), o candidato se mostrou confiante com a “grandeza” do lançamento, que reuniu lideranças políticas e comunitárias como o vereador Luiz Lune (PC do B), os ex-vereadores Valdevan Noventa e José Luiz Elói, o ex-vice-prefeito Israel Luciano e o padre Carlos Alberto de Souza, entre outros. Apesar de anunciado, Campos não compareceu ao pontapé inicial da campanha, mas ele e Aprígio caminharam em Taboão e região pela manhã.