ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O ex-candidato a prefeito e ex-vereador Aprígio disse que vai “cuidar” do PSB para que deixe de ter a imagem associada a corrupção e volte a ser forte em Taboão da Serra durante congresso municipal no sábado, dia 7, na Câmara dos Vereadores. No encontro, que reuniu importantes lideranças políticas de outras siglas, o partido escolheu a nova direção local e lançou a pré-candidatura de Aprígio a deputado federal – que deve ser oficializada em convenção, neste mês.
Indagado pelo VERBO o que faria para reabilitar o partido após desvio de recursos na fraude da dívida ativa de impostos durante o governo do ex-prefeito Evilásio Farias (PSB), Aprígio alegou que “muitos partidos já saíram de Taboão porque acabavam corrompendo muito a cidade”. “Não vou citar nomes. Agora, eu não estou defendendo a pessoa, eu quero daqui para frente cuidar do partido para que ganhe nome e deixe essa imagem que muita gente tem do partido”, afirmou.
Aprígio defendeu que culpados sejam punidos. “Se alguém fez errado, que pague pelo erro, não vou ser eu. Quero fazer daqui para frente um partido grande, honesto e respeitado”, completou. Durante a operação “Cleptocracia”, 23 acusados chegaram a ser presos, entre eles um vereador do PSB e o então secretário Maruzan Corado, braço direito de Evilásio. Corado estava no encontro e foi eleito para o diretório. O julgamento ainda está em andamento, sem condenados.
Em esforço para tentar se descolar do grupo de Evilásio e buscar a renovação do partido, Aprígio desconversou sobre ausência do ex-prefeito no encontro. “Numa reunião como esta, você dá mais atenção aos que estão em vez de se lembrar dos ausentes. Agora que você está falando, estou lembrando”, disse. De acordo com o vice-presidente do PSB de Taboão Hussein Hamad, Evilásio foi convidado, mas comunicou que não compareceria por problema de saúde na família.
Sobre indicativo de apoio do PSB ao PSDB no Estado, Aprígio reconheceu que “vai ter aquela coisa de trabalhar para presidente de um partido e para governador de outro, que é o PSDB”, mas disse não ver “dificuldade nenhuma” na aliança. Com a chance de um pessebista ser vice na chapa de Geraldo Alckmin, ele evitou avaliar a gestão do governador. “Moro no Estado, mas não acompanho, até porque não era o meu candidato para olhar o que está fazendo certo ou errado.”
Aprígio não disse ter descartado dobrada com Analice Fernandes (PSDB). “Nunca falei com Analice sobre isso.” A deputada já teria dito, porém, que não acontecerá por divergência política. Ele fez um aceno ao não endossar discursos de aliados, a maioria de oposição a Fernando Fernandes. “Eu já tenho opinião diferente, vocês [imprensa] nunca presenciaram eu falando mal de qualquer que seja o partido ou candidato. Se alguém disse que não quer parceria, não foi o Aprígio.”
Aprígio não quis cogitar outras dobradas com discurso de que não teve ainda o nome oficializado. Questionado se temia não ter aval para sair a federal, ele já mostrou, porém, convicção e disse não ver chance “de um partido querer deixar de dar legenda a um candidato que teve 47 mil votos na sua cidade”, sobre a votação para prefeito em 2012 – sem considerar, contudo, a possibilidade de ter recebido parte dos votos por causa do PT, vice na chapa, e do voto “útil” contra Fernando.
Apesar de adversário de Fernando na eleição, ele aprova o apoio da mulher, a vereadora Luzia (PSB), ao governo, para insatisfação de apoiadores. “Ele tem que ser mais corajoso. Tem que bater também, ninguém é perfeito”, disse uma liderança, em relação à gestão do prefeito. O ex-vereador Paulo Félix (PMDB), que criticou Aprígio por ter dito que a oposição “não é inteligente”, compareceu. O vereador Luiz Lune (PCdoB) também esteve e declarou voto em Aprígio.