Secretária ouve críticas na saúde e sugere voto em petista em audiência

Especial para o VERBO ONLINE

Líder do MTST reclama de atendimento no PS Vazame; outro militante disse que secretária 'enrola' sobre denúncias

RÔMULO FERREIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Moradores usuários do serviço municipal de saúde de Embu das Artes fizeram série de reclamações incisivas contra atendimento nos pronto-socorros e nas unidades básicas em geral em reunião de prestação de contas da secretaria sobre os primeiros quatro meses de funcionamento da rede, na última quinta-feira, dia 29, na Câmara dos Vereadores. Em atitude inusitada, a secretária Sandra Magali Fihlie sugeriu voto no candidato do PT a governador na audiência pública.

Os técnicos da secretaria expuseram gráficos dos serviços nos vários setores. Apresentaram que Embu teve 1.281.704 procedimentos, como aferição, exames, consultas, cirurgias, próteses e ações de prevenção, no melhor quadrimestre desde 2010; registrou aumento de 28% em consultas básicas (clínico, ginecologista e pediatra) e redução de 0,9% no atendimento dos PSs em relação ao mesmo período de 2013, destacados como maior assistência em atenção básica.

Secretária Sandra Magali fala do atendimento da saúde em Embu de janeiro a abril em audiência na Câmara

Relataram que a coleta de papanicolau aumentou 15% e que a cobertura da saúde da família passou de 29% a 33% da população, mas que a primeira consulta com dentista caiu 10%. A secretária apontou que 33% da população passou a ser atendida nas UBSs, contra 17% em 2009. Ela salientou que são aplicados na saúde 33% do orçamento municipal, ou R$ 128,6 milhões, dos quais já foram utilizados mais da metade (55%), R$ 71,8 milhões, entre gasto feito e programado.

Alheios aos números, moradores fizeram saraivada de queixas. O primeiro disse não conseguir retorno com clínico em menos de 90 ou 120 dias. “A agenda nunca está aberta. Fala-se que temos de procurar o posto de saúde, e não o PS, mas como se não funciona?”, disse. Ele denunciou que no PS Central uma mulher passou mal sentada no chão enquanto os médicos que atendiam eram em menor número do que a gestora Medical devia manter nos consultórios por contrato.

Um usuário defendeu auditoria na Medical. “Para onde vão os recursos repassados para contratação dos médicos? O que queremos ver na prestação de contas é se essa empresa coloca no PS os médicos que se responsabilizou em colocar”, disse. Uma moradora disse que no PS Vazame o clínico estava dormindo e depois receitou contra problema de vesícula remédio para dor de cabeça. “Perguntei: ‘O sr. não vai me examinar?’ Ele falou: ‘O médico aqui sou eu ou você?’”, contou.

Líder do MTST (sem-teto) disse que se os pacientes fossem bem atendidos na primeira consulta não precisariam voltar. “Para descobrir que tive dengue, fui no PS Vazame oito vezes e com grande quebra pau para ser atendida decentemente. As funcionárias sofrem para arrancar da salinha o médico dormindo. Isso tem que parar, as empresas tem que ser vistoriadas, o Vazame só tem dois médicos à noite, quando tem emergência, quem chega fica ao deus-dará”, protestou.

Geralmente esvaziada, a prestação de contas reuniu cerca de 200 pessoas, com participação em peso do MTST. Outro militante dos sem-teto disse falar como morador e criticou a secretária e auxiliar de não resolverem reclamações que disse ter apresentado. “A gente faz uma denúncia, e eles falam que vão conversar. Isso vocês fazem muito bem, conversar e enrolar as pessoas. A casa está cheia hoje aqui porque o povo está cansado com esse descaso na saúde”, disparou.

Líder do MTST reclama de médicos do PS Vazame; outro militante disse que secretária ‘enrola’ sobre queixas

Sandra Magali disse que os usuários “têm razão” em reclamar e que não ia se justificar, mas ponderou que o governo Chico Brito optou pela terceirização da saúde porque “quando eu cheguei aqui [2009] tinha um médico para atender todo mundo e havia desvio de remédio” no PS Vazame – a gestão anterior foi de Geraldo Cruz, também do PT. Ela insistiu que queixas devem ser feitas à Ouvidoria e sugeriu que os usuários busquem o Conselho de Saúde para fiscalizar os serviços.

A secretária ressalvou que serviços de especialidades são responsabilidade do Estado, quando citou o candidato petista. “Por isso temos que ter um governador afinado com a gente, e o ex-ministro Alexandre Padilha é o nosso governador”, disse. Ela foi criticada. “Foi inoportuna, era uma audiência pública, oficial, com pessoas de várias correntes políticas. Não sou contra que fale do candidato dela, contanto que não seja lá”, disse Ulysses Silva, presidente do Conselho de Saúde.

comentários

  • pessoal o que esta acontecendo em EMBU DAS ARTES ESTA FALTAMDO REMEDIO NOS POSTOS DE SAUDE O PIOR REMEDIO CONTROLADO DE USO DIARIO, A MUITO TENPO NAO FATAVA REMEDIO CADE NOSSOS INPOSTOS PAGOS.

  • >