Caso de Bruna, 23 anos, é a primeira morte por dengue confirmada em Taboão

Especial para o VERBO ONLINE

Universitária Bruna Maioli, que morreu no Hospital Family, e secretaria Raquel, que confirmou diagnóstico de dengue

ADILSON OLIVEIRA
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O caso da universitária Bruna Maioli, de 23 anos, é a primeira morte por dengue em Taboão da Serra, reconheceu a secretária de Saúde, Raquel Zaicaner, ontem, dia 12, duas semanas após o óbito. A jovem entrou no hospital particular Family na manhã de 28 de abril, com febre havia quatro dias, vômitos e diarreia, foi medicada e liberada, mas seis horas depois voltou, já com pressão baixa e falta de ar, e teve parada cardiorrespiratória no fim da noite, segundo a secretaria.

Universitária Bruna Maioli, que morreu no Hospital Family, e Raquel, que confirmou diagnóstico de dengue

“A sorologia da Bruna veio positiva para dengue”, afirmou Raquel. Mas a secretária disse que a jovem pode ter sido acometida de outra doença e aguarda testes para detecção de outras enfermidades. “Ainda não estamos certos de que a única causa da morte dela tenha sido essa [dengue], tínhamos que verificar melhor o prontuário médico, outras sorologias que ainda estão para vir”, disse. Ela falou sobre o caso durante visita do ministro da Saúde a Embu das Artes.

Raquel alegou que a secretaria não teve acesso “oficialmente” ao prontuário, mas “o que pôde ver” na descrição dos procedimentos é que o hemograma da paciente mostrava que o número de plaquetas “estava normal”. “O quadro clínico dela aconteceu numa velocidade não esperada para quem tem um exame de sangue como tinha, ninguém espera que uma pessoa que tem plaquetas normais de manhã morra na noite do mesmo dia de hemorragia”, afirmou.

Contudo, a secretária disse ter conversado, informalmente, com a legista que examinou o corpo da jovem e ouviu “que não havia sinais externos de hemorragia”. “Ela pode ter tido uma grande infelicidade de, além de dengue, ter alguma outra condição que tenha proporcionado esse óbito em um dia”, afirmou. Raquel disse que a morte da jovem “é muito triste, imagino a dor da família”, mas negou que o fato mostre falta de ação contra dengue e responsabilidade pelo atendimento.

“O caso da Bruna foi um caso muito grave que aconteceu num hospital particular, a prefeitura não pode inferir sobre o atendimento”, disse a secretária. Depois, voltou a afirmar que o exame de sangue da paciente era “absolutamente tranquilo que nenhum profissional de saúde diria que ia ter hemorragia no mesmo dia”. Familiares acusam que a jovem, moradora do Jardim Record, morreu por falta de combate à dengue pela prefeitura e por negligência do hospital.

Em entrevista ao VERBO no dia 30, dois dias depois da morte da jovem, Raquel disse que “todos os sintomas” indicavam que Bruna tinha sido vítima de infecção bacteriana no sangue, a meningoccemia, e que era possível ainda diagnóstico de gripe A-H1N1 e leptospirose, mas considerou improvável que a causa fosse a doença decorrente do mosquito aedes-aegypti. “Me sentiria muito desconfortável se tivesse um óbito por dengue”, disse, praticamente descartando a hipótese.

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