Prefeitura fala que jovem não morreu de dengue; hospital não confirma

Especial para o VERBO ONLINE

Estudante Bruna Maioli, 23, que morreu no Family com quadro, segundo a prefeitura, de meningite ou gripe A

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

A Secretaria de Saúde de Taboão da Serra afirma que a estudante de 23 anos atendida em hospital particular na cidade não morreu de dengue e cogita que a paciente foi vítima de meningite ou gripe A (H1N1). Segundo relato de profissionais da prefeitura que acompanham o caso, a jovem Bruna Maioli, moradora do Jardim Record, não apresentou, sobretudo, sangramento que indicaria diminuição de plaquetas no sangue, sintoma comum da dengue, e teve falta de ar aguda.

Estudante Bruna Maioli, 23, que morreu no Family com quadro, segundo a prefeitura, de meningite ou gripe A

Com acesso ao prontuário médico de Bruna, a equipe da secretaria observou que a dengue se caracteriza pelo registro de baixas plaquetas, mas que a morte só ocorre pela doença na forma hemorrágica, quando verificou que a jovem “não morreu por hemorragia, não teve nenhum tipo de sangramento”, e concluiu que a suspeita de dengue estaria descartada. Ainda de acordo com os profissionais, o IML não constatou, no exame necrológico, “nada com relação a hemorragia”.

Bruna entrou no hospital no início da manhã desta segunda-feira, dia 28, com febre há quatro dias e vômitos e diarreia desde o domingo, mas o exame laboratorial mostrou plaquetas normais. Ela foi medicada e liberada, após melhora, às 13h. No entanto, por volta das 19h15, retornou ao hospital, já com quadro de hipotensão (pressão baixa), baixa saturação de oxigênio e vômitos frequentes nas seis horas seguintes, desde que deixou o hospital. Às 22h10, a jovem morreu.

O prontuário consta a prescrição de dois medicamentos que “para quem estava com problema de oxigenação foi fatal”, já que Bruna, ao voltar ao hospital, apresentava quadro que “não era nada bom”, crítico, relataram os profissionais. Na realidade, Bruna estava com falta de ar e teve uma parada cardiorrespiratória, conclui a equipe. Apesar da negativa para dengue no caso pela prefeitura, familiares denunciam que a morte da jovem ocorreu por surto da doença no município.

O Family, contudo, não confirma a informação de profissionais da prefeitura de que a jovem não morreu de dengue. Procurada pelo VERBO, a direção informou que só vai falar sobre o fato após o resultado de exame com material colhido para diagnóstico da morte – que não foi conclusivo apenas com laudo necrológico no IML. “A diretoria só se pronunciará após o resultado da SVO [Serviço de Verificação de Óbitos], não pode falar algo que não é verídico”, disse a porta-voz.

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