ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A 13ª Paixão de Cristo no Pirajuçara, em Taboão da Serra, teve encenação final, a da ressurreição de Jesus, neste domingo de Páscoa, dia 20 – fiel à narrativa do Evangelho (“ao terceiro dia”) -, e levou as centenas de pessoas reunidas em frente ao campo dos Santos a explodirem de alegria. A esperada chuva de edições anteriores caiu, mas em forma de garoa que logo parou e não impediu a rápida dramatização do “renascimento”, de menos de 10 minutos, que ocorreu após missa campal.
O desfecho foi introduzido com fala de narradora sobre Jesus ter enfrentado incompreensão por mudar as estruturas da sociedade e mostrou passagens como a do desalento dos apóstolos com a morte do mestre, Maria Madalena ao ouvir o anjo comunicar que Cristo tinha ressuscitado e ser encarregada de fazer o anúncio aos apóstolos, a aparição do Senhor entre discípulos de Emaús, a presença de Jesus a demover o incrédulo Tomé e o ato da ressurreição, sob queima de fogos.
A auxiliar de classe Katia Ipaves, 37, definiu a parte final como “maravilhosa”. “Todos estavam unidos para demonstrar o caminho percorrido por Jesus. E as pessoas estavam lá e prestaram bastante atenção. É gratificante”, disse a moradora do Jardim Mafalda. Os amadores atores vibraram na cena da ressurreição. “Estou super feliz, ainda mais por fazer, após cinco anos de Paixão de Cristo, Maria Madalena [a discípula que anunciou o Ressuscitado], um sonho”, falou Taiane Santos, 21.
Idealizada com jovens da Paróquia São João Batista, a Paixão de Cristo no Pirajuçara quase não vingou neste ano por falta de local adequado, já que a praça Luiz Gonzaga, em obras, não poderia ser mais utilizada, e elenco insuficiente até cinco semanas antes. “Este ano foi o mais diferente, tivemos muitas incertezas. Mas, no fim, conseguimos passar a verdade, a vida e a mensagem de Cristo”, disse Leidiane Sarmento, 20, sexto ano de Paixão e Maria pela segunda vez consecutiva.
“O resultado foi o que esperávamos, a intenção aqui não é fazer um teatro e sim passar para as pessoas o que Cristo passou há mais de 2 mil anos”, disse Osmar Bertoleza, 38, um dos mais experientes do grupo. “E passar o que Jesus viveu não é fácil, fazemos ao lado de quem gostamos, mas quando o chicote bate dói mesmo. É um sacrifício para evangelizar o povo, se pessoas vierem fazer parte daremos um grande passo para ainda uma pequena ação de evangelização”, falou.
Flavio Almeida, 28, elogiou a dedicação do elenco na “obra de evangelização” e se mostrou agradecido por viver Jesus. “Nos ensaios não se tem noção exata como vai ser, mas quando chega a Semana Santa e se começa a mentalizar tudo o que Cristo sofreu, e viver mesmo na arte, você recebe uma carga dramática muito forte. Já fiz vários papéis, mas o Cristo é muito diferente, sem comparação. É gratificante”, disse ele, Cristo pela primeira vez e já aclamado para repetição em 2015.