13ª Paixão de Cristo no Pirajuçara emociona e arranca aplausos do público

Especial para o VERBO ONLINE

Pregado na cruz, Cristo agoniza em diálogo com um dos malfeitores na encenação que durou quase 2 horas

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

A 13ª Paixão de Cristo no Pirajuçara, em Taboão da Serra, representou nesta Sexta-feira Santa, dia 18, as marcantes derradeiras passagens da vida de Jesus e encantou o público, que fixou o olhar de dor nas cenas de sofrimento do Messias na flagelação e crucificação, sorriu de emoção com o encontro do filho com Maria e os apóstolos na última ceia e aplaudiu o elenco pela dedicação e beleza da encenação. O ato de fé e amor reuniu mil pessoas, em frente ao campo do Santos.

Cristo recebe coroa de espinhos na 13ª Paixão no Pirajuçara, que foi encenada por cerca de 70 atores

Cerca de 70 atores atuaram, não profissionais, fiéis da Paróquia São João Batista e quase todos adolescentes ou jovens, dos quais 70% participaram pela primeira vez – entre eles Andrés Picone, que contribuiu com a diversidade cultural da encenação e emprestou o sotaque de uruguaio nas falas como soldado romano. Mas interpretaram com realismo. As cenas da tentação pelo diabo e da festa no palácio de Herodes, que teve mais dançarinas neste ano, foram destaque.

O cortejo de açoitamento a Cristo, que ganhou a avenida Fernando Fernandes – interditada pela prefeitura -, e a morte na cruz, em barranco do outro lado do palco, continuaram a ser as mais impressionantes. “Foi uma encenação maravilhosa, gostei bastante da atuação do pessoal, achei bem diferente. Me chamou mais atenção a crucificação de Jesus, ele sendo levantado na cruz. É uma cena forte”, disse comovido o líder de produção João José de Deus, 42, do Jardim Santo Onofre.

Dezenas de crianças assistiram atentas à encenação diante do palco e chegavam a comentar as cenas. Meninas e meninos também atuaram, para alegria e orgulho dos pais. A técnica em segurança do trabalho Vanda Santos, 32, mãe de Rayane, 9, um dos anjos, e Rodrigo, 12, que fez o garoto paralítico e um dos discípulos, tinha os olhos em lágrimas e mal conseguia falar. Também a mãe do jovem Douglas Martins disse “adorei”. “Ele foi o César”, contou a almoxarife Rosana da Silva, 47.

Pregado na cruz, Jesus agoniza em diálogo com um dos crucificados na encenação que durou quase 2 horas

Flavio Almeida, 28, fez o Cristo e avaliou que a encenação teve êxito. “Houve contratempos, mas como é algo da igreja Deus sempre vai estar na frente e fazer com que dê certo. Fazemos juntos o que sozinho ninguém consegue, é uma forma de evangelizar, para que as pessoas venham a conhecer ou conheçam um pouco mais o Cristo verdadeiro, que morreu por nós”, disse. Fiel ao Evangelho, a cena da ressurreição será neste domingo de Páscoa, a partir das 18h, no mesmo local.

SOM
A 13ª Paixão precisou ser interrompida ao menos duas vezes por falha no som, a cargo de contratada pela prefeitura. “Vieram despreparados, achavam que a encenação nossa era mais simples”, disse o ator Osmar Bertoleza, 38. Responsável pela aparelhagem não quis dar entrevista e se limitou a alegar “apenas problema técnico”. O elenco chegou a falar o texto sem a gravação das falas, e o público aplaudiu em reconhecimento ao talento dos atores e à qualidade da representação.

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