ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE
O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) extinguiu “rebelião” de vereadores da base que obstruíram a votação de projetos que encaminhou à Câmara Municipal nas últimas quatro semanas. Ele convocou os vereadores tucanos, André Egydio e Eduardo Lopes, para reunião em seu gabinete na semana passada para “um basta”. Sem apoio dos parlamentares do partido do prefeito, Eduardo Nóbrega (PR), Joice Silva (PTB) e Carlinhos do Leme (PP) também recuaram no embate.
A informação é do site “Taboão em Foco”. Os vereadores vitoriosos na coligação de Fernando (sete) exigiam tratamento privilegiado – com prioridade – e pressionavam para que o governo não tivesse relação igual com os eleitos no grupo derrotado (encabeçado pelo PSB), que, porém, aprovavam projetos do Executivo. Reunião do secretário de Governo com apenas seis (um ausente) dos 11 aliados, porém, irritou o restante da base, e criou “os governistas de segunda classe”.
Na sessão em 11 de março, o vereador Marcos Paulo (Pros) recorreu a texto bíblico para mandar recado ao governo. “O corpo tem vários membros, e cada um tem a sua importância. Temos que valorizar cada membro”, reagiu. Ele entendia que reuniões sem os “neogovernistas” demonstravam que “existe tratamento de governo e governabilidade” (favorável sempre aos aliados de primeira hora e receptivo quando o Executivo precisa mais que a maioria simples de votos).
Paulo reclamou da demora da prefeitura em atender solicitações simples que fez, como instalação de lixeiras. O presidente da Câmara, Eduardo Nóbrega (PR), que em 2013 inaugurou discurso de que os eleitos na oposição deviam se portar como tal, disse que estava na hora de o prefeito cortar “alguns membros”, já que seriam dispensáveis. Para Nóbrega, alguns eram pró-governo apenas em situações de conforto e não eram coerentes nos momentos de pressão sobre a base.
Com o “pulso” do prefeito, a discórdia teria sido superada. Segundo o “TF”, ele comparou que “a base é uma grande família”, que também tem brigas, mas depois se acerta. “Acho que já estão com os ânimos serenados. A base que temos é de 11 vereadores, os que foram eleitos comigo mais o Paulinho [Marcos Paulo], [Ronaldo] Onishi, Luzia [Aprígio] e Érica [Franquini]”, disse. Ele avisou não aceitar a redução do grupo de apoio, como pressionavam os “rebeldes” ou “fiéis”.
Fernando quer o apoio de todos os governistas, sem exceção, à candidatura de Analice Fernandes (PSDB) ao quarto mandato na Assembleia Legislativa, “não porque é minha mulher, porque é a deputada que traz recursos para Taboão”. Para interlocutores, em contrapartida, teriam as bases eleitorais sempre atendidas e (maior) “participação no governo” (cargos). Mas o “sinal” do fim da crise será a votação de lei que cria o cargo de “bombeiro civil”, na noite desta terça, dia 8.