Com apoio de famosos, 100 ativistas exigem fechamento de zoo de Taboão

Especial para o VERBO ONLINE

Ativistas se manifestam diante do Parque das Hortênsias pela retirada dos animais e fim do zoo

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Parque Assunção, em Taboão da Serra

Com apoio da atriz Nicole Puzzi e da apresentadora de TV Luisa Mell, ativistas fizeram manifestação na tarde deste domingo, dia 9, em frente ao Parque das Hortênsias, na região central de Taboão da Serra, pela retirada dos animais e fechamento do zoológico municipal. O ato reuniu cerca de 100 pessoas e frustrou os idealizadores, que esperavam a presença de mais de mil. O deputado estadual Feliciano Filho (PEN) vistoriou o espaço, após denúncias de maus-tratos.

Performances, passeata e discussões intensas marcaram a mobilização. No pátio do parque, mas a distância da entrada, sob cerco de viaturas e guardas municipais em motos, ativistas seguraram faixas e cartazes com palavras de ordem como “Não queremos jaulas maiores, queremos jaulas vazias” e “sofrimento não é diversão”, contra a visitação a animais em zoo. Jovens com os rostos pintados na feição dos bichos sentaram dentro de cestos para protestar contra confinamento.

Ativistas protestam no Pq. das Hortênsias pela retirada dos animais e “encerramento das atividades do zoo”

A um grupo com moradores, a advogada Antília Reis falou que as araras gritam ao ver ratos grandes avançarem sobre a comida da jaula, os jacarés têm água suja para beber, os macacos não têm árvore para se abrigar, e que o óbito de um pavão “foi a pior coisa do mundo, ficou agonizando e morreu em exposição”. Ela afirmou que a leoa apresentou “filete de sangue na baba” e está “inchada”, além de ser “massacrada pelos visitantes” ao ser alvo de pedras por falta de monitor.

Antília criticou a cobertura da imprensa local sobre a permanência de grupo de ativistas acampado diante do parque e se negou a dar entrevista. Ela indicou colega “que começou isso aqui comigo”. Dávid Józsa, 25, reconheceu que a prefeitura aceita que bichos debilitados sejam retirados e que a remoção depende do Departamento de Fauna (DeFau) da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, mas afirmou que o governo “não está pressionando” o órgão para agilizar a autorização.

“A prefeitura poderia muito bem falar para o órgão que, como não quer liberar, vai passar por cima disso. Se está recebendo o retorno da população de que quer o bem-estar dos bichos, não pode ser omissa por conta de papelada se está tudo encaminhado. Pode responder a processo, todavia, salvaria os animais”, disse. Dávid admitiu que quer primeiro a remoção dos animais “em risco”, mas não os únicos. “Queremos a retirada de todos, nenhum zoo deveria existir.”

Luisa Mell, que participou de retirada de cães de instituto de pesquisa em 2013, defendeu que o parque não tenha animais. “Queremos que sejam retirados do zoo de Taboão, que está em situação totalmente precária, e enviados a um santuário. Isso aqui não ensina nada, só maltratar os bichos e envergonhar a cidade”, disse. Também presente na ação em São Roque (SP), Nicole disse que aceitaria o que fosse consenso. “Sou contra animais em zoo, mas é uma posição pessoal.”

Apresentadora de TV Luisa Mell, que diz que zoo ‘só ensina maltratar bichos’, na manifestação de ativistas

Os ativistas colheram nome de moradores e visitantes em abaixo-assinado pela “conservação do parque e encerramento das atividades do zoológico”. “Cadê a população, está se lixando”, falou uma ativista, sobre baixa presença. “A população diz que não quer que fechem, mas não abre a boca”, disse um rapaz. “Não, a gente abre sim”, respondeu uma moradora, que assinou. Moradores ouvidos pelo VERBO, porém, disseram que querem o zoo recuperado, e não que seja fechado.

Na metade do ato, uma liderança da cidade levou um grupo a andar até a rodovia Régis Bittencort, mas os organizadores não acompanharam e o rechaçaram. “Você colocou pessoas em risco, fazendo sentar na BR aquele pingo de gente”, disse uma ativista. Depois, dois ativistas ouviam a veterinária do zoo e foram repreendidos. “Para, gente, não dá confiança, para ela a coruja está feliz, é papo furado”, gritou uma colega. A profissional disse que os animais não sofrem maus-tratos.

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