ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Pirajuçara, em Taboão da Serra
O ex-vereador Paulo Félix (PMDB) afirmou que se sente nas ruas um clamor popular pela reabertura do Pronto-Socorro Akira Tada e que o prefeito Fernando Fernandes (PSDB) comete um grande erro ao fechar o PS. O governo desativou a unidade após a inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), para a qual transferiu o atendimento, inclusive o nome do equipamento antigo. “Se não reabrir, ele que arque com o ônus político da decisão, que é gigantesco, qualquer pesquisa que sair de agora em diante vai mostrar uma queda vertiginosa do apoio popular à gestão”, disse. Ele falou ao VERBO ao distribuir o jornal do movimento Reaja Taboão na feira de domingo no Pirajuçara, no dia 9.
Félix rechaçou a acusação de protestar por cargo, disse que Fernando “piorou muito” em relação a quando foi prefeito da outra vez e apontou que mesmo a vitória nas urnas não permite medidas “antipopulares” não anunciadas. “Onde está no programa de governo que ia fechar o Akira Tada?”, diz, ao começar a listar o que considera ações omitidas. Ele diz que se o PS não for reaberto ocorrerão “novas e maiores” manifestações, após o ato do dia 2 em que mais de mil pessoas bloquearam a BR-116. “Vamos passar a discutir o IPTU. Não baixou!”. No aniversário da cidade, nesta quarta-feira, dia 19, às 20h, em frente ao prédio desativado, o Reage Taboão fará uma vigília em protesto contra o fechamento do PS.
O VERBO pediu na manhã da quinta-feira, dia 13, entrevista com Fernando Fernandes, mas não obteve resposta.
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VERBO ONLINE – Qual o resultado, como o movimento Reaja Taboão avalia a manifestação [no dia 2]?
Paulo Félix – A opinião pública está a favor da reabertura do Pronto-Socorro Akira Tada, é o pronto-socorro mais antigo da cidade e não atendia só a região central, tinha gente da periferia que preferia ir ao Akira ao invés do [Pronto-Socorro] Antena. Então, há um clamor popular que se sente nas ruas pela volta do Akira. É um equívoco do governo Fernando Fernandes, se não reabrir, é um custo político muito alto que terá, e reabrir ampliado e melhorado, inclusive.
VERBO – Algum representante do movimento foi dialogar com o prefeito para que reveja a posição?
Félix – Ninguém, porque, na verdade, o prefeito está tentando desqualificar o movimento, dizendo que é coisa do quanto pior, melhor, que as pessoas que estão participando querem cargos no governo. É um equívoco, a luta é maior, o prefeito não acredita que existem pessoas no mundo que lutam por ideais. Tinha 20 pessoas aqui hoje que não são nem da oposição, nem da situação, são pessoas comuns do povo que, voluntariamente, estavam distribuindo o jornal [do movimento], dedicando suas horas, sacrificando seu lazer, o tempo de ficar com a família para estar aqui gratuitamente. As pessoas não se movem só por cargos e dinheiro, se movem ainda, graças a Deus, por ideias, e é isso que estamos vendo na cidade, o movimento Reaja Taboão cresce todo dia com novas adesões. Com certeza, se o Pronto-Socorro Akira Tada não voltar a funcionar, novas e maiores manifestações virão, exigindo sua reabertura.
VERBO – Quem faz parte do movimento?
Félix – O Reaja Taboão é um movimento horizontal, não tem liderança, não é vertical, não tem ninguém que comanda. É uma vontade abstrata de pessoas de todos os partidos ou sem partido que estão se juntando pela causa. Não é uma discussão política de oposição, é uma discussão política de defesa dos interesses da cidade, onde a gente achar que o governo está errando, o movimento vai reagir e vai colocar a sua proposta a público. Não é apenas um movimento de políticos com essa tarefa.
VERBO – Mas muitos integrantes do movimento são declaradamente oposição ao governo municipal, fizeram disputa eleitoral como adversários de Fernando Fernandes – com exceção do sr., que participou da campanha [pela eleição da mulher como vereadora] na coligação do hoje prefeito. Então, como não é um movimento de oposição?
Félix – Sim, mas não é uma oposição política sistemática ao governo. É uma posição da sociedade que está descontente com o governo! Se você acompanhar a distribuição do nosso jornal, de cada dez, vai ouvir sete pessoas que estão reagindo contrariamente a essa medida pontual do governo. Vamos passar a discutir, por exemplo, a questão do IPTU, as pessoas receberam o carnê e perceberam que o IPTU não baixou. O principal mote da campanha de Fernando Fernandes era baixar o IPTU. Não baixou! Essas coisas, principalmente para mim que apoiei o governo [a eleição de] Fernando Fernandes, me deixam muito triste. As pessoas dizem: ‘Mas não foi você que apoiou ele?’ [Falo:] ‘Apoiei, mas estou aqui dizendo que o governo está errando, que o governo está errado. E não é por conta de cargo, já me foi oferecido, e eu já rejeitei…
VERBO – Que cargo?
Félix – De secretário-adjunto.
VERBO – De?
Félix – [Secretário-adjunto] De Governo. Eu, realmente, não aceitei, e se tivesse aceitado qualquer outro cargo, já teria renunciado, não compactuaria com o rumo que o governo está tomando.
VERBO – O sr. falou que caso o PS Akira não seja reaberto haverá novas manifestações.
Félix – Com certeza, é seguro, haverá novas manifestações. Não vamos entregar um patrimônio desse da cidade de mão beijada sem reagir, e faço um apelo, para a sociedade taboanense reagir, um patrimônio da cidade não pode ser dilapidado. Começaram a correr rumores de que iam também fechar o Pronto-Socorro Infantil. É outra coisa que não vamos permitir sem reação! Se o governo tiver juízo, ouvir o clamor das ruas, vai recuar da sua posição de fechar o Pronto-Socorro Akira Tada e não vai ousar mexer no PS Infantil. Essa é a nossa esperança, de que o governo tenha um momento de lucidez e recue.
VERBO – Essa mobilização pode ter reflexo na disputa eleitoral, influenciar na eleição para deputado?
Félix – Quem tiver nadando contra a corrente, contra a maré da opinião pública vai se dar mal, as manifestações de junho do ano passado já mostraram que o povo não está mais com aquela paciência com os políticos, né?. O povo está impaciente e há um clima no ar de revolta generalizada, o momento não é bom para governo nenhum, principalmente para os que estão tomando medidas antipopulares como é o caso do governo Fernando Fernandes. Pode ter reflexo se as pessoas não entenderem que a voz das ruas é a que está dizendo que quer melhora na saúde pública de Taboão.
VERBO – O sr. já foi aliado de Fernando Fernandes no outro governo dele, até 2004. Faria alguma comparação entre o prefeito de antes e de agora, a postura dele não é a mesma do mandato anterior?
Félix – Não, imagina, Fernando Fernandes piorou muito! O governo dele de antes era sem conflito, sem grandes atritos e confrontos. De grandes obras e de ouvir mais a sociedade. Fernando Fernandes que está aí agora é um simulacro do que conhecemos no passado, que não dialoga, que parte para o fisiologismo, que acha que pode comprar – comprar entre aspas – todo mundo com cargos, com benesses. Não é assim que funciona. E tenta desqualificar os opositores. Isso é próprio dos regimes que não são democráticos. O que nós queremos mostrar para a sociedade, eu inclusive, minha família, meus amigos e companheiros que votaram em Fernando Fernandes, que esse daí que prometeu melhorar a saúde, diminuir o IPTU, prometeu tanta coisa para a sociedade, até o momento não cumpre nada, e está tomando medidas que contrariam o plano de governo que nós apoiamos, ele está rasgando o plano de governo que colocamos para a população na eleição passada.
VERBO – Apesar das manifestações realizadas e promessas de novos protestos, o prefeito não recuou da posição de não abrir mais o Akira como pronto-socorro e diz que lá será um centro de especialidades. Ele não voltou atrás.
Félix – Ele não tem interlocução nenhuma com a sociedade, só está dialogando com os seus, quem está no entorno dele, como se o mundo se resumisse àquele pessoal. Para se ter uma ideia, Fernando foi eleito com 84 mil votos, e o município já tinha 190 mil eleitores, mais de 100 mil já não tinham votado nele. Eu posso assegurar que, dos 84 mil que votaram nele, uma grande parcela está decepcionada e frustrada com o governo dele. Então, se não reabrir o pronto-socorro, ele que arque com o ônus político da decisão, que é gigantesco, qualquer pesquisa que sair na cidade de agora em diante vai mostrar uma queda vertiginosa do apoio popular à gestão Fernando Fernandes, com certeza ele não teria os 84 mil votos que teve na última eleição.
VERBO – Ele teve votação suficiente para vencer as eleições. Ele não teria respaldo das urnas para tomar as medidas que considerasse necessárias para a população?
Félix – Onde está no programa de governo que ia fechar o Pronto-Socorro Akira Tada?! Onde está no plano de governo que ia acabar com a ciclovia?! Onde está no plano de governo que ia acabar com a praça Luiz Gonzaga?! Onde está no plano de governo que ia colocar seus parentes na prefeitura?! Nada disso está no plano de governo! O que está no plano de governo é o que apoiamos para ser aplicado. Agora, o que está sendo feito é o que não está no plano de governo! Onde está que ia priorizar grama sintética em vez de investir na saúde? Pegue o plano de governo do Fernando, eu tenho, eu leio todos os dias para lembrar o que foi prometido e o que está sendo executado. Ele tem todo o respaldo para tomar as medidas do plano de governo, agora o que está fazendo é totalmente contrário, está rasgando o que foi concebido e colocado nas ruas para o povo.
Paulo Felix, admiro voce, quando vc foi convidado a participar desse Governo, eu entrei na sua pagina e deixei um comentário para vc q estava decepcionada com essa possibilidade vc se lembra? Esse Governo de tiranos não merece apoio de ninguem, voce não precisa disso, te admiro, mas longe desse hitler, que se julga o Sr das razões, quem apoia esse Cidadão é igual ou pior que ele.