ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Vereadores de Taboão da Serra rejeitaram na sessão nesta terça-feira (6) o projeto de reorganização de escolas da Secretaria Estadual de Educação e chegaram a aprovar um requerimento em que questionam e cobram explicações sobre a medida. Até parlamentares alinhados ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) e do partido do governador atacaram a reestruturação da rede de ensino ao apontar que colégios na cidade estariam na programação para ser fechados.
A vereadora Joice Silva (PTB), autora do requerimento, relatou que os alunos da EE Alípio de Oliveira e Silva, na região do Jardim Monte Alegre, receberam aviso da direção de que irão para outro colégio porque a escola será fechada. “Não podemos deixar que o governo do Estado feche escolas na nossa cidade. Vão abrir uma escola técnica no lugar? Terão que ter uma explicação muito boa, senão vou lutar com os moradores para que a escola mantenha-se aberta”, disse.
Vereador tucano, André Egydio pediu resposta também sobre destino de escola no outro lado da cidade, no Pirajuçara. “Eu recebi a informação de que o colégio Reynaldo [do Nascimento] Falleiros está também nesta programação para fechar. Não é um tecnocrata da Secretaria de Educação que vai chegar e falar que não cabe mais colégio em Taboão. Sou contra fechamento de colégio. Apesar de ser do PSDB, meu posicionamento é a favor da população”, discursou.
O vereador Cido (DEM) deixou a cadeira de presidente e foi à tribuna para declarar que “falar em fechar escolas é andar na contra-mão do mundo”. “A luta tem que ser para ter escola em período integral, é garantir que os nossos jovens possam estar o dia todo longe da criminalidade e das drogas, não fechar. A escola é estadual, mas os alunos são cidadãos taboanenses. Esta Casa não vai se calar, não aceitaremos que se feche uma sala de aula na cidade”, afirmou.
O vereador Ronaldo Onishi (SDD) disse que em 2013 enviou ofício à Secretaria de Educação e teve como resposta que Taboão figurava em plano de expansão. “Não me venha dizer que uma escola não tem demanda, que é subutilizada, havia previsão de construção de duas. É um absurdo o que estão querendo fazer, não se trata de reorganização de escola, de dizer que uma será de ensino fundamental e outra, de ensino médio, mas de fechamento de escola”, falou.
O vereador Luiz Lune (PCdoB) questionou vereadores pró-governo do PSDB e como um projeto tão prejudicial recai sobre a cidade com prefeito e deputada do partido, Fernando e Analice Fernandes. “O PSDB vem tirar o que é mais sagrado nas famílias, a educação. Vamos parar com discursos lindos, cadê a Analice para brigar pela educação? O secretário [Educação] é engenheiro mecânico, mas alunos não são pecinhas, cada um tem uma necessidade”, disse.
O vereador Eduardo Nóbrega (PR) considerou os discursos “na direção correta, na defesa da população para que não tenha prejuízo” com a reestruturação escolar, porém a medida não passou pela Assembleia para cobrar Analice. Ele defendeu, porém, que o esclarecimento fosse pedido a ela “para que interceda e traga informações”. “O requerimento traz preocupação legítima da sociedade taboanense, voto a favor, mas fazer embate político é exagerar na dose”, disse.
“Que possamos buscar todos os caminhos possíveis para ter informações [sobre a reestruturação], seja através da Secretaria de Educação, seja através da deputada Analice Fernandes”, disse Marcos Paulo (Pros). “Que haja adequação, não somos contra, mas que antes [o governo estadual] construa para nós novas escolas”, falou o vereador. O projeto não prevê construção, mas remanejar alunos de uma escola com vários ciclos para uma já existente de só um ciclo.
O vereador Moreira (PT) disse que “o PSDB governa São Paulo há 30 anos e agora vem o secretário do governador Picolé de Chuchu falar que vai fechar escolas sem no mínimo fazer uma consulta popular”. “Por que não aproveita parte da escola dita ociosa para pôr cursos de capacitação e fazer o ensino integral? Por que sempre penalizar a família, que vai ter se deslocar 2, 3 quilômetros para levar o filho. Imagine quem tem quatro crianças em idades diferentes”, criticou.