ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A greve dos coletores de lixo e varredores de rua da Cavo Serviços e Saneamento S/A chega nesta sexta-feira, 27, ao quinto dia e só faz aumentar a quantidade de lixo acumulada em frente a casas de moradores à espera da coleta domiciliar e calçadas de uso comum e até no meio da rua em Taboão da Serra. A prefeitura iniciou uma operação de emergência para recolher os resíduos nas principais vias da cidade, mas nem todas receberam uma equipe.
Nesta quarta-feira, um trator e três caminhões recolheram montes de sacos de lixo, além de pedaços de madeira, na estrada Ten. José Maria da Cunha, no Jardim Trianon. A prefeitura não informou o número de servidores nas ruas, mas um funcionário disse à reportagem que o serviço estava sendo feito na cidade inteira por quatro equipes e total de 40 homens. “Não dá para esperar acabar a greve, na minha rua o caminhão passa na quinta, ia ficar insuportável”, disse.
Na manhã desta quinta, após feira no dia anterior, a avenida Fernando Fernandes, no Pirajuçara, ainda estava tomada pelo lixo e restos de frutas. Alunos de escolas no local tiveram de andar entre muita sujeira, como também quem se exercitava. “É, tá feia a coisa”, disse um homem em caminhada. À tarde, a via estava limpa. Na avenida Ibirama, porém, muito lixo estava espalhado quase em frente à entrada do Hospital Geral do Pirajuçara, sem sinal de coleta recente.
Se em parte das principais vias está sendo recolhido, o lixo lota as portas das casas em ruas residenciais. Moradores já dizem que é privilegiada a coleta em avenidas para dar a impressão de que a cidade está limpa. “Hoje na Av. Laurita Ortega [Parque Pinheiros], passou um trator recolhendo o lixo, enquanto isso as ruas de bairros, um verdadeiro lixão, amanhã vou levar meu lixo até a prefeitura ou na Câmara Municipal [de] Taboão”, disse Flávio Balduino no Facebook.
A prefeitura informou “que trabalha nesse momento com um plano emergencial através da Secretaria de Manutenção”. “A coleta começou nas principais vias do município e agora entra nos bairros com grande quantidade de lixo. Todo o lixo está sendo levado pela prefeitura para o aterro sanitário de Caieiras”, diz. “A coleta hoje é nossa? Fizemos ontem no Record e acho que hoje vamos fazer aqui”, falou um contratado do PAP (frente de trabalho) ao ver o lixo no Pirajuçara.
Os coletores de lixo e varredores de rua pedem aumento salarial de 11,73%, mas o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur) oferece 7,68% de reajuste. Na audiência na terça, dia 24, o sindicato patronal rejeitou, pela segunda vez, a sugestão do desembargador Wilson Fernandes, de reajuste de 9,5%. De acordo com a Siemaco (sindicato da categoria), os trabalhadores farão nova assembleia somente quando houver nova proposta.