ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Juquitiba
Moradores de Juquitiba falam que estão cansados da briga política entre governo e oposição como o impasse da possível cassação do prefeito e emitem voto de confiança no chefe do Executivo, mas advertem que a cidade precisa ser “melhor cuidada”. Após entrevista concedida por Francisco Jr. (PPS) à imprensa da região, na sexta-feira, dia 21, o VERBO andou por ruas da região central do município e ouviu a população sobre o processo por abuso do poder econômico na campanha eleitoral de 2012 contra o mandatário e o vice – que negam a ação – e os serviços prestados pela administração.
“É uma briga com a oposição que não constrói nada para Juquitiba, ao contrário, está retardando todo o crescimento do município. As razões das brigas todas eu desconheço, só sei que não estão levando absolutamente a nada, só perda de tempo”, disse o autônomo Adilson Degaspari, 53, que chegou para morar em definitivo no mês passado, mas tem propriedade na cidade e “há oito anos conheço aqui”. “A cidade está muito abandonada, não consegue se desenvolver com essa briga toda, nem com esse prefeito nem com a administração anterior, é muito freio de mão puxado”, frisou.
“Todos os prefeitos que entraram aqui sempre têm um caminho meio torto”, comentou Oséias de Alcântara, 68, sobre processos ou incapacidade administrativa. “Em relação ao atual, o sr. Francisco, estou vendo que a oposição está em cima dele querendo derrubar”, observou. Para o dono de chácara, a cidade “não melhorou em nada, apesar de não estar muito aqui no centro”. “Não sei o que falta, mas continua na mesma, os prefeitos sempre batem na mesma tecla, que a receita é curta, e Juquitiba não cresce, fica nesse passinho de tartaruga”, concluiu, ao passar ao lado da Câmara Municipal.
Uma das áreas que precisariam de atenção especial é a saúde. “Eu trabalho nela: não tem médico suficiente, faltam remédios, e a administração é fraca, a cada dois ou três meses sempre estão trocando de direção em muitas unidades e não funciona direito. A gente vê a dificuldade do povo”, disse o motorista-socorrista Carlos Alberto Xavier, 53. “Nesses dias atrás, até jogaram remédios fora, vencidos”, completou. Ele disse que com o imbróglio que envolve o prefeito a situação é ainda mais preocupante. “Ele tem de responder se deve, mas com essa confusão as coisas para fazer ficam paradas.”
Para Joaquim Araújo, 51, a queda de braço nos tribunais entre figuras e grupos partidários adversários prejudica a cidade. “Interferência tem, atrapalhou muita coisa, o tempo que ele [prefeito] ficou correndo atrás do processo era para estar aqui cuidando da cidade”, disse o caseiro. Ele disse que Juquitiba “precisa ser melhor cuidada” pelo poder público. “Ah, precisa, falta muita coisa para a cidade melhorar, viu? Por exemplo, tapar os buracos das ruas, fazer a limpeza pública. Muita coisa precisa ser feita na cidade. Vamos ver se ele [prefeito], de volta ao cargo, melhora o município”, advertiu.
A zeladoria da cidade é deficiente, de acordo com ex-aluno do prefeito. “Trechos de estrada onde a gente passa não têm manutenção. Lógico, é só um dos itens, tem mais coisas. Eu conheço o Francisco Jr, ele foi meu professor, mas não tem nada uma coisa com a outra, tenho que falar”, disse o instrutor de autoescola Odair José da Silva, 34. Para o morador, a ex-prefeita Cida Maschio (PDT) fez o papel dela e cabe ao sucessor dar continuidade, para melhor. “O que precisa fazer, ele sabe, mas tem muita coisa impedindo de correr atrás, só não sei o quê, acredito que de braços cruzados ele não está.”
“Ele está indo de pouquinho em pouquinho. Se Deus quiser, ele [o governo] vai melhorar e a cidade, levantar”, disse o mecânico Nilson Nogueira, 18, filho do vereador Nilson Fiscal (PSDB). “Ele está apoiando o prefeito.” Francisco Jr. negou que os serviços da prefeitura ficaram paralisados após o processo de cassação que sofre. Ele disse que Juquitiba tem orçamento reduzido, de cerca de R$ 60 milhões ao ano, e dificuldade de receber grandes investimentos por restrição ambiental, sem compensação por ser grande produtor de água. Admitiu, porém, “que as tarefas foram se amontoando”.
LEIA TAMBÉM > Francisco Jr. fala em erro nas contas e nega abuso do poder econômico