ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Mapas apresentados pela Sabesp indicam áreas de “nível crítico” de abastecimento e incluem como regiões onde pode ocorrer falta d’água por redução de pressão na rede três bairros de Taboão da Serra, quatro de Embu das Artes, dois de Itapecerica da Serra e um de Embu-Guaçu, entre 183 pontos identificados na Grande São Paulo. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) recebeu os descritivos, na sexta-feira, dia 24, só após recorrer à Lei de Acesso à Informação.

Um dos mapas tem marcação do Jardim Record, Centro e Pirajussara (área de divisa com a capital), em Taboão da Serra; e outro, do Vista Alegre, Centro, Santo Antônio e Santo Eduardo, em Embu das Artes; Centro e Campestre, em Itapecerica da Serra; Centro, em Embu-Guaçu. No total, são 13 mapas com indicações de onde a pressão da rede é reduzida durante a noite, medida que a Sabesp alega ser necessária “para o controle de perdas” diante da crise da água no Estado.
Apesar de encaminhar o material, a Sabesp contestou a informação e disse que os mapas trazem apenas a localização das válvulas redutoras de pressão (VRP). Para a companhia, o material divulgado pelo Idec “parte de uma premissa equivocada e desprovida de qualquer fundamentação técnica ao afirmar que as áreas sob influência das VPRs são regiões de risco e, por isso, sujeitas a um desabastecimento”, e “induz os consumidores ao erro e cria pânico na população”.
O Idec rebateu e enfatizou que o pedido feito foi “obter o mapa de redução de pressão noturna executado pela Sabesp em função da crise de água, de preferência, com a indicação das chamadas ‘áreas ou zonas de coroa’, cuja atitude acaba por trazer como consequência a eventual falta de água”. “Mantemos nosso posicionamento de ter publicado o material fornecido pela Sabesp”, disse. O órgão informa que acionou o Ministério Público já que “a Sabesp tinha prazo legal até 19/10 para enviar o mapa ao Idec”.
“Se há qualquer dado equivocado, cabe à Sabesp esclarecer à população, já que é a concessionária e detentora técnica da informação. Essa é a atitude que se espera, e não questionar os dados disponibilizados pela própria Sabesp para de boa fé divulgarmos”, afirma a coordenadora-executiva do Idec, Elici Bueno. Com a disponibilização dos mapas, o consumidor pode verificar se está nas regiões críticas e intensificar medidas de economia, se programando com antecedência, ressalta o órgão.
O Idec avalia ainda que o acesso aos mapas de abastecimento “contribui para a construção de um cenário de transparência” e propicia que consumidores e fornecedores atuem “no sentido da mudança de atitude e de refletir sobre como criar opções que propiciem o consumo sustentável diante de tal crise”.