ANA CAROLINA RODRIGUES
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Inúmeras famílias estão ocupando um grande terreno particular às margens da rodovia Régis Bittencourt, sentido São Paulo, na altura do km 276, no Parque Esplanada, em Embu das Artes, que está se transformando em um imenso acampamento com centenas de barracos de lona – que impressiona pela velocidade em que está se formando. Vizinhos do local relatam que as primeiras habitações improvisadas começaram ser erguidas no primeiro dia de maio.
O sobe e desce de pessoas com placas de madeiras, telhas e plásticos entre outros materiais e objetos de casa como estrados de cama nos braços é constante ao longo do dia e também chama a atenção. Cada barraco é erguido em uma área demarcada como se fosse um “lote” e recebe um número, quando não também o nome do “morador”. A “cidade de lona” tem até estabelecimentos de serviços como um cabeleireiro de penteados afro, até com placa na “fachada”.
A invasão também tem crianças que brincam enquanto os pais empunham martelo para erguer os barracos e enxada para aplainar o solo em terreno com trechos até planos apesar de um morro, em mobilização silenciosa que contrasta com o movimento intenso de uma estrada federal que liga ao Sul do país e a apenas dois quilômetros do Rodoanel. “Invadiram aí tem duas semanas”, disse ao VERBO um funcionário de comércio do outro lado da BR-116 em frente.
A área pertence ao grupo Wilson Moço e está destinada para empreendimento empresarial. O terreno foi invadido, na maioria, por moradores de Embu e Taboão da Serra, municípios que fazem limite na região. A invasão não tem a participação de movimentos históricos da luta por moradia como o MTST e o MST, apurou a reportagem. Segundo alguns acampados ouvidos pela reportagem, a ação seria organizada por um pré-candidato a prefeito de Embu.
Sem informação confirmada sobre o responsável, a invasão foi explorada politicamente nas redes sociais. Um morador de Embu, Lucas Leite, postou foto dos barracos com os dizeres “Invasão km 22 em Embu das Artes – liderada por Sr. Stedile – MST Sr. Boulos – MTST Aliados do PT”, em referência ao ideólogo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra João Pedro Stédile e ao coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto Guilherme Boulos.
O secretário-chefe de Gabinete do prefeito de Embu, Francisco Iderval, respondeu ao internauta no Facebook e o alertou sobre a postagem. “Prezado senhor, estive nesta invasão no dia 07/05 a pedido do prefeito Chico Brito, na qualidade de chefe de gabinete, juntamente com o secretário de Serviços Urbanos e posso te garantir que a informação que o senhor está propagando é inverídica. Assim, aconselho a retirar a presente informação! Atenciosamente”, disse.
Leite questionou Iderval, advogado. “Você como advogado esteve na INVASÃO, e por que não deu voz de prisão aos meliantes? Até onde eu sei invasão de propriedade particular é crime”, disse. Iderval escreveu: “Vejo que não entende nada de direito!” O internauta insistiu: “Eu não tenho casa, moro de aluguel, posso invadir sua casa?” Respondeu o secretário: “Como também não pode propagar mentira!” Leite continuou: “MST e MTST não são puxadinhos do PT não?”
Iderval disse: “Se quiser discutir sobre movimentos de moradia faço questão de te acompanhar em algumas ocupações para conhecer como elas acontecem e entender os motivos de acontecerem. Agora, a informação que o senhor está propagando é inverídica, e entendo que isso não é correto, por isso lhe aconselhei a tirá-la, porém és livre para publicar o que entender de direito, só que agora sabendo que está propagando mentira”. Desmentido, Leite apagou o post.
O prefeito repudiou a exploração política da invasão. “Assim que começou a ocupação, passei pela BR, vi e liguei para o secretário de Obras, o responsável pela fiscalização, e para o meu chefe de gabinete, dr. Iderval, fazer a intervenção jurídica junto ao advogado do grupo. A prefeitura notificou o proprietário por loteamento irregular – como é uma área particular, a prefeitura não pode entrar e retirar as pessoas de lá”, disse Chico Brito (sem partido, ex-PT) ao VERBO.
“Mas pegamos no pé do proprietário para conseguir a reintegração de posse. Ele já conseguiu, agora está negociando com os que ocuparam a retirada. Mas a reintegração é imediata. Vamos continuar pressionando o dono para que acelere a desocupação. É um absurdo falarem que a prefeitura tem responsabilidade, ela tem investido no programa Minha Casa, Minha Vida e vai incentivar formação de favela para ter problema para ela mesma?”, rebateu Chico.
> Colaborou o Especial para o VERBO ONLINE, no Jardim Embuema, Embu das Artes
Secretario e Chefe de Gabinete do Prefeito de Embu das Artes, Francisco Iderval escreveu “Prezado senhor, estive nesta invasão no dia 07/05 a pedido do prefeito Chico Brito” , é muito estranho esta visita de um representante do poder executivo do município, Bom más vamos ao que interessa, porque politico é tudo igual, não passam de vermes sedentos de arrancar dinheiro dos cofres públicos do seu município ou diretamente dos cidadães de bem!
Não podemos compactuar com uma situação ilegal, o movimento tem suas diretrizes e são boas no contexto de quem não tem casa quer casa, que é garantia da constituição. Agora invadir terreno, com Dono ou sem Dono, isso é ilegal e um ato criminoso, os integrantes viram zumbis diante da promessa deste espaço para morar, pagam taxas e mais taxas e não se dão contam que enriquecem os lideres do movimento. Tá difícil, opá !! tá muito difícil, más a ilegalidade não dignifica o homem, automaticamente são taxados como marginais por toda população em volta da invasão. duvido que na hora da borrachada ou bomba de gás os lideres e políticos que apoiam o movimento estarão com vocês, lado á lado….. Vão estar na segurança de suas casas. Compradas e pagas legalmente !!! Portanto segue minha dica “Experiencia Propriá”, organize o movimento, montem uma associação e façam todo o projeto dentro da legalidade, ai tudo vai dar certo no final…… abraços !! Boa Sorte a Todos !! Que Deus esteja com Vocês !!!