ACERVO-NOTÍCIA (2.fev.2015) – DURA DERROTA
No ano passado, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT) prestigia e apoia o deputado estadual Geraldo Cruz (PT) no lançamento da candidatura a segundo mandato na Assembleia Legislativa, no centro de Embu das Artes. Neste domingo, 1º de fevereiro, a Câmara dos Deputados rejeitou Chinaglia e elegeu Eduardo Cunha (PMDB) para presidente, pelos próximos dois anos, em dura derrota ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que lançou o petista. Apesar da forte mobilização do Planalto, Cunha obteve 267 votos e superou com folga Chinaglia, que acabou com 136 votos.
À frente da Câmara, Cunha tem poderes para, por exemplo, dar seguimento a CPIs indesejáveis para o governo e até a eventual processo de impeachment contra a presidente, que disse, porém, ser “descabido”. Mas já disse que apoiará investigações sobre corrupção na Petrobras. Discursou que não fará uma gestão de oposição e sim de independência, mas que a Câmara não será “submissa”, o que soa para o Planalto como enfrentamento. Cunha já tinha trabalhado contra a gestão Dilma em votações anteriores e frisou mal-estar com o governo ao dizer que foi tratado como inimigo.
Apesar de os partidos que o apoiavam reunirem 180 cadeiras, Chinaglia teve 44 votos a menos. “Uma parte não votou em mim, o que quer que eu diga?”, lamentou, segundo a “Folha de S. Paulo”. PR, PSD e PDT teriam liderado as traições. Siglas que têm ministérios já tinham aderido oficialmente a Cunha, entre elas o PRB de George Hilton (Esporte). “Se eu fosse a Dilma, eu demitia o ministro amanhã, senão vão achar que ela é frouxa”, disse o deputado Paulo Maluf (PP-SP), pró-PT. Júlio Delgado (PSB-MG), que tinha o aval do PSDB, chegou a 100 votos. Chico Alencar (PSOL-RJ) ficou com oito.