Alunos protestam contra fim do ensino médio na EE Madre Odette em Embu

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Cerca de cem alunos da Escola Estadual Madre Odette de Souza Carvalho (Mosc), em Embu das Artes, fizeram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (8) no centro do município contra a reorganização da rede determinada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). Acompanhados de professores, os estudantes protestaram contra a proposta de extinção do ensino médio do colégio, que teria ainda o encerramento de aulas de alfabetização de adultos (EJA).

Os alunos saíram da escola, ao lado do fórum, no Jardim Novo Embu, em passeata – que bloqueou o trânsito – até a praça central no largo 21 de Abril, onde pararam e deram “grito de guerra” contra a reestruturação. “O Mosc é minha escola / E eu não abro mão / Sai pra lá, governador / Com essa sua decisão!”, entoaram os estudantes no ensino médio, com faixas, cartazes e instrumentos sonoros em mãos. O grupo chegou a sentar na rua, em frente ao Banco do Brasil.

Alunos da EE Madre Odette (Mosc) protestam no centro de Embu contra fim de ensino médio e EJA no colégio

Os alunos foram orientados por professores a colherem assinaturas em abaixo-assinado “para engrossarmos nossas fileiras e conseguirmos ser ouvidos” contra as mudanças. Um militante da Apeoesp falou aos estudantes que a EE Sara Sanches Russo (Jardim Santa Tereza) será um dos colégios fechados na região “pela lógica do governo de contenção de gastos, mas impondo sacrifício aos filhos dos trabalhadores, sem consultar pais e alunos se queriam mudar de escola”.

Uma professora disse ao VERBO que a escola é alvo de proposta de fim do ensino médio, apesar da falta de informe oficial. “A direção passa para o que escuta, que primeiro ficaríamos com o ensino médio pela manhã, fundamental à tarde, e fecharia o noturno [EJA]. Depois, mudou tudo, ficaria só o fundamental. Não temos certeza de nada. Mas diante da angústia de verem os filhos indo para outra escola os próprios pais propuseram este movimento”, afirmou.

Ela disse que a questão não é os jovens mudarem de escola. “Tenho alunos que moram em bairros longínquos, mas os pais matricularam, preferem pegar ônibus para o filho vir do que estudar numa escola da porta dele pela história e resultado do Mosc. O que está em jogo é a qualidade do ensino. E o nosso trabalho”, disse. “Pessoas que voltaram a estudar, passaram pelo EJA do Mosc estão fazendo faculdade. É um crime tirar isso da comunidade”, completou.

Um aluno de 17 anos teme, porém, pela transferência para o colégio que receberia os estudantes da Mosc. “Aí que está o problema, disseram que é para uma escola chamada Maria Auxiliadora. Porém, nessa escola o ensino é péssimo. Tenho amigos lá dentro, e eles reclamam. Professores são mais ausentes do que presentes, o ensino não é aquele que pega no pé, se não pegar não se aprende”, disse o adolescente no segundo ano do ensino médio à reportagem.

“Já ouvi dizer que tem alunos que fumam droga no intervalo, que são vândalos, encrenqueiros. Imagine as pessoas que escutam isso, nossas mães nos querem em uma escola boa. E os nossos professores, vão ficar como? Vão perder o emprego, eles não são professores de [ensino] fundamental”, acrescentou ele, que quer terminar o ensino secundário com melhor aproveitamento possível para cursar uma faculdade. “Tenho anseio de fazer engenharia civil”, contou.

Procurada, a diretoria disse não ter comunicado que a Mosc deixará de ter ensino médio ou EJA e que o protesto dos alunos foi pela notícia da reorganização na mídia, mas admitiu a “proposta” de mudança e que 14 de novembro é o “Dia E”, de pais irem às escolas para saber onde estudarão os alunos transferidos. O VERBO não conseguiu falar com a EE Maria Auxiliadora, a 1,8 km da Mosc, acima do 1,5 km de distância entre uma escola e outra dito pelo governo estadual.

comentários

  • Sabe qual e o pior, e que a escola que esta entre as 60 melhores do estado passa por coisa pior. Sabe o maria auxiliadora, os problemas dela não chegam nem perto dos da Etec, sabe por que , alem de se utilizarem de entorpecentes, eles também vendem e o pior e que tem alguns professores que compram. Viu como nem mesmo aquele local que você acha que estará seguro e perfeito, ja vi coisas la que ninguém merece ver e sim eu vim dessa escola que fez esse protesto e sim la e bem melhor que aqui.

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