Agressor de jornalista, subsecretário de Ney é exonerado 3 dias após ser indiciado

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Diretor-geral e editor-chefe do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Apenas três dias depois de ser indiciado por ser – o principal – autor do atentado contra o jornalista e chargista Gabriel Binho, do VERBO, em 28 de dezembro, o subsecretário de Comunicação do prefeito Ney Santos (PRB), Renato Oliveira, foi exonerado do cargo no fim da tarde desta segunda-feira (19). Diante da insustentável situação de Renato e sob pressão, com reprovação de vereadores até da base do governo, Ney se viu obrigado a demitir o “pupilo” da prefeitura.

Renato Oliveira às costas de Ney Santos em evento no ano passado; subsecretário
Renato Oliveira às costas de Ney em evento ano passado; exonerado, ele foi indiciado por lesão corporal grave
Contribuintes e lideranças de Embu das Artes protestam contra taxa de lixo
Ato anti-taxa de lixo na tarde de 27/12, quando Renato diz que não quis abordar Binho e o seguiu, mas era 2h
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Vídeo com artistas feito por Binho na pça. com populares; Renato diz que era manifestação com gente do PSOL

Em nota divulgada pelo governo, Ney – que na sessão de 59 anos de Embu das Artes, um dia antes, fugiu da imprensa da região para não falar sobre o caso – diz que teve acesso nesta segunda ao inquérito policial que envolve Renato “em lesão corporal grave contra Gabriel Barbosa da Silva, após desentendimento pessoal entre ambos, conforme relatado no inquérito” e que “exonerou nesta data o secretário-adjunto de seu cargo até o encerramento do processo judicial”.

Conforme apurou o VERBO, a demissão de Renato estava decidida – apesar de “a fórceps” – desde as primeiras horas da manhã, mas a nota de apenas sete linhas custou a sair pela necessidade de ser minuciosa a ponto de preservar o “menino prodígio” do governo e cravar “álibi” a ser falado aos quatro ventos pelos escudeiros de Ney, já sinalizado pelo presidente da Câmara. O vereador Hugo Prado (PSB) disse que era preciso saber quais “as motivações” para o ataque.

Em “ensaio” já com movimentos mais definidos, a nota diz que o inquérito “envolve” Renato em “um possível atentado contra a liberdade de imprensa”, após “desentendimento pessoal entre ambos”, ávida em pontuar contradições na investigação, já bem incoerente – flagrantes circunstâncias de tentativa de homicídio serem reduzidas a crime menor. A confirmar o enredo, Renato disse que procurou Binho para resolver assunto pessoal, motivado por questão familiar.

Renato alega que no dia 13 de dezembro estava no Embu Summer Fest com uma “amante” e que Binho teria visto ambos, dito que contaria para a mulher dele e que contou. Renato fala que se separou da mulher. Segundo ele, no dia 28, ocorria um ato contra o aumento do IPTU, mas como tinha muitos manifestantes, inclusive do PSOL, Renato preferiu não abordar Binho naquela hora por medo de arrumar atrito. Esperou acabar e quando Binho saiu o seguiu.

Binho diz que nunca teve contato com Renato, não conhece a mulher dele “nem a suposta amante”, e que a versão é fantasiosa. “Não há nada de verdade nisso. Eu não fui a esse evento [Embu Fest]. A manifestação contra a taxa de lixo – nem foi contra o IPTU – ocorreu às 13h do dia 27. Eu conversava com o pessoal do Desbundas Artes [bloco de Carnaval da cidade], não tinha ninguém do PSOL, não era um protesto. E isso era às duas horas da madrugada”, afirma Binho.

Renato acompanhava Ney em viagens, como a Brasília, como na foto em que que, com o Congresso ao fundo, aparece de óculos escuros ao lado do prefeito em pose pouco “séria” e dedos em “v”. Em um voo de volta, mostrou o chefe dormindo, reclinado na poltrona. Com a portaria de exoneração assinada, Francisco Renato de Oliveira Vieira deixa de “ter” o efêmero “status” para “ser” aquele que buscava um “buraco” para se esconder na delegacia ao ver o VERBO.

LEIA NOTA DO GOVERNO NEY SANTOS SOBRE EXONERAÇÃO DO SUBSECRETÁRIO RENATO OLIVEIRA

Nota-Exoneração-de-Renato

> Colaborou Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
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