ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O prefeito de Taboão da Serra e candidato à reeleição Fernando Fernandes (PSDB) afirmou que, em eventual novo mandato, dará aumento aos funcionários públicos municipais com uma condição, o crescimento da arrecadação da prefeitura, ressalva que apresenta inclusive por escrito, no plano de governo. Ele admitiu que podia estar em “situação política muito melhor com o funcionalismo” se tivesse dado aumento na atual gestão, mas seria “irresponsabilidade”.
Indagado pelo VERBO se será possível conceder aumento depois de os servidores passarem quatro anos “em branco”, Fernando disse que sim, mas ponderou. “Lógico, mas estou colocando uma condição, ela é responsável, é ter aumento de arrecadação. Veja que 17 Estados estão pedindo falência, já ouviu isso na história do Brasil? Não. Se a gente fosse irresponsável e dado aumento com a arrecadação caindo, chegamos em 2013, a arrecadação caiu o tempo todo”, disse.
“Como a gente vai falar em aumento, seria uma atitude irresponsável. Lógico que se eu tivesse dado aumento, hoje eu estaria numa situação política muito melhor com o funcionalismo, mas seria uma atitude irresponsável minha com a cidade. Os funcionários precisam ter aumento? Precisam. Agora, precisa ser uma coisa responsável, precisamos ter aumento de arrecadação e aí repassar ao funcionalismo”, disse Fernando, ao admitir rejeição entre servidores efetivos.
Favorável ao impeachment de Dilma Rousseff (PT), ele disse acreditar que a economia do país vai se recuperar sob o governo Michel Temer (PMDB), apoiado pelo seu partido, o PSDB, mas afirmou não poder projetar quando concederá aumento ao funcionalismo, se reeleito, por conta de que nem o ministro da Fazenda “é capaz de falar o quanto o Brasil vai crescer”. “É uma coisa que vai se verificar no dia a dia, no aumento real, quando acontecer poder fazer”, declarou.
Em abril, ao afirmar que o “comprometimento” do orçamento municipal com folha de pessoal é de menos de 40%, bem abaixo do limite mínimo de 51%, Fernando foi questionado pela reportagem que os servidores pedem aumento. “Não fazemos esse tipo de loucura quando não pode ser feito”, disse, ao também contestar a considerável margem de folga. “É, mas a prefeitura não vive só de pagar folha de funcionário. Saúde funciona só com folha de pagamento?”, disse.
Fernando falou sobre a proposta ao funcionalismo em caminhada na rua Antonio de Oliveira Salazar, no Pirajuçara, no dia 17. Ele também prometeu atrair empresas e serviços que definiu como “catalisadores de desenvolvimento” para gerar empregos, ao citar como exemplo o Shopping Taboão e o Poupatempo. “O entorno começa a ter outra outra cara”, disse. Ele anunciou que a rede de materiais de construção Leroy Merlin inaugura em 2017 uma loja na cidade.
Ele disse que para atrair empresas basta a prefeitura não criar empecilhos. “A participação é não criar problema, quando eles entrarem com projeto agilizar, para poderem avançar, construir e botar para funcionar. Isenção não dou, eu ajudo, faço com que a coisa ande rápido. Aliás, [barrar] é o maior problema que as empresas encontram em qualquer prefeitura, todo mundo sabe da história de criar dificuldade para vender facilidade, né?”, disse Fernando.
No corpo a corpo com eleitores, Fernando ouviu pedido de solução para inundação da Antonio Salazar em chuva forte, parcelamento maior de tributos atrasados, regularização de imóveis. A moradora Maria Neves, 54, pediu “mais árvores” na região. “É possível, só ter dinheiro, o que a gente não contava é a crise que enfrentamos nestes quatro anos, embora Taboão seja arborizada”, disse, sobre não ter cumprido a promessa em 2012 de criar a Secretaria de Meio Ambiente.
Fernando se deparou ainda com queixa de vizinho a quermesse nos fins de semana na avenida Fernando Fernandes, autorizada pela prefeitura. “A gente pediu mais disciplina, liberar a festa é fácil. Você chega com a família, tem gente urinando na sua porta, um evento com 5 mil pessoas não pode ter quatro banheiros químicos. São críticas que ele tem que escutar, já está aí quatro anos, se quiser continuar tem que fazer mais por Taboão”, disse André Pereira, 36.