ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A Câmara Municipal homenageou na última quinta-feira (18) em sessão de aniversário de 57 anos de Taboão da Serra 24 personalidades da cidade com a medalha “19 de Fevereiro”, no Cemur (centro), mas a solenidade foi marcada também por atraso recorde, cadeiras vazias entre o público, reclamações e troca de alfinetadas entre vereadores, boicote de uma parlamentar, queixa contida de outra e “trilha sonora” no anúncio de agraciados de gosto duvidoso.
Cerca de 400 pessoas participaram da sessão solene, mas muitos convidados já tinham ido embora no meio do evento, anunciado pela Câmara para 19h, mas iniciado apenas uma hora e meia depois, às 20h30. Com a entrada de guardas municipais com as bandeiras do país, Estado e de Taboão, a merecida homenagem ao pioneiro jornalista da cidade Waldemar Gonçalves e o discurso do prefeito Fernando Fernandes (PSDB), as homenagens só começaram às 21h30.
O vereador Marcos Paulo (Pros) “roubou a cena” ao expôr em público a insatisfação, quanto ao atraso, mas também com o “tratamento” da Câmara aos homenageados. “Se Deus me permitir um próximo mandato, as estrelas da noite possam estar no lugar devido, que é aqui em cima [no palco] para que sejam honradas da maneira necessária. Quero aqui deixar esse pedido. A festa é para eles, deveriam estar aqui em cima”, disse, em desafio à “vaidade” de colegas.
“Também registrar aqui que, infelizmente, muitos não poderão ouvir a história dos meus homenageados, tiveram que ir embora, e ficarão sem ouvir a história dos grandes amigos da nossa cidade que eu vou falar o nome”, emendou Marcos Paulo – que foi candidato a presidente da Câmara em disputa conturbada em 2014. Penúltimo a ser chamado com o pedido de colega para “passar” na frente, ele entregou a medalha só pelas 23h, com muitos “clarões” na plateia.
Evangélico, Marcos Paulo ainda exaltou o vereador Eduardo Nóbrega (PR) por convidar pastores para comporem a mesa ao dizer que a Câmara tem uma “bancada evangélica”, em nova alfinetada no presidente Cido (DEM), que só chamou para sentar no palco um padre do Santuário Santa Terezinha, que fez oração na sessão. “Eduardo, parabéns pela atitude, fez lembrar aqui que os pastores também podem representar as autoridades eclesiásticas”, disse.
Cido retrucou ao colega, sem cerimônia. “Muitos ainda estão presentes, mesmo depois da chuva, do cansaço. Quero dizer ao Marcos Paulo que, infelizmente, o nome dele não começa com a letra A, se fosse assim, talvez, não estaria reclamando. O importante para cada homenageado não é se está em cima ou embaixo, mas que uma lei garante essa homenagem. Numa cidade tão importante como Taboão da Serra, vocês são os escolhidos e são merecedores”, disse.
Com nome iniciado com “J”, Cido prestou a homenagem meia hora antes que Paulo. Waines Moreira (PT) foi o último. “Vocês são valorosos guerreiros para aguentar até agora tantos discursos”, disse. Os agraciados eram chamados ao som de músicas que fizeram convidados se sentir em programas de auditório, à la Programa Amaury Jr., lembrou um morador. Moreira pediu para trocar por canção alegre. “Se eu dançar aqui, vão ver que sou melhor vereador”, gracejou.
Na sessão, 24 pessoas receberam a maior honraria legislativa, entregue por 12 vereadores. Luzia Aprígio (PSB) boicotou a cerimônia por causa da enchente horas antes, em protesto contra o governo municipal – entregará em outra ocasião. Érica Franquini (PSDB), que se atrasou, disse que “só Deus sabe a dificuldade que eu tive para chegar aqui hoje”, mas desta vez não reclamou da enchente no Recanto dos Pássaros, estando diante do prefeito, cujo discurso não ouviu.
HOMENAGEADOS NA SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DE 57 ANOS DE TABOÃO DA SERRA